terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

19.ª Sessão do Clube de Cinema de 2011/2012 (96.ª desde 26 Nov 2008)

Quarta-feira no Anfiteatro
29 de Fevereiro às 14h30

8 Mulheres
de François Ozon

apresentado pela
Prof. Conceição Pereira
no âmbito do "Festival de Cinema Francês" na ESPJAL

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AND THE OSCAR GOES TO...

Eu sei, eu sei, eu sei. Eu sei que há muita matéria para dizermos mal da instituição que premeia com um "óscar" o que se considera melhor em cinema. Tal como podemos queixar-nos das injustiças do "Nobel": há sempre merecedores que nunca foram eleitos e desmerecedores que ganharam o prémio como se o roubassem.

Mas, sem prejuízo dessa discussão nem abdicar do meu espírito crítico, que não passará a gostar daquilo que foi premiado só porque o foi, nem deixará de gostar do que não foi só porque o não foi, entendo que a "Noite dos Óscares" é sempre um espectáculo memorável, um foco de humor e discussão de gostos e de ideias e, sobretudo, uma homenagem à 7ª Arte.

Posto isto, não assisti ao espectáculo: era muito tarde e eu estava já a cabecear. Mas pretendo ver a síntese com a apresentação do hilariante Billy Crystal, com as gargalhadas do público, os momentos de suspense, todos de rostos e ouvidos fixos na frase «And the Oscar goes to...», os discursos de gratidão ou os olhares de fúria disfarçada de cordialidade.

Não vi "O Artista", vencedor aboluto da noite; mas vi a Margareth Thatcher de Merryl Streep, havendo detestado o filme e adorado o trabalho da actriz. [Se bem que, numa discussão, a minha amiga Luísa me dissesse: «Aquilo é puro ilusionismo. A Streep limita-se a usar a sua técnica; atira-nos à cara com uma mão-cheia de truques, muito bons, porque ela é muito boa, mas que não fazem do seu trabalho mais do que uma boa gestão de competências e de técnica...»]; e vi "Os Descendentes", que considerei um filme maior. De todos os pontos de vista, aliás: a intensidade dramática do argumento, a brilhante realização de Payne, a fortíssima representação de Clooney.   

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

OS VAMPIROS DE ANTES

Olá, cá estou eu, o Brise Contínuo - leia-se: o único autor de "posts" neste blogue.
Sentem alguma culpabilidade? Ainda bem!

Venho dar conta desta última sessão do clube de cinema, que nasceu de uma colaboração entre o clube e o Projecto [há quem escreva já "projeto", mas, pelo menos no blogue - que ainda por cima sou o único a usar - , vou recusando o disparate], escrevia eu: entre o clube e o Projecto DDD.

Naquela Catedral Gótica [neo-Gótica], numa semi-obscuridade que, na minha perspectiva, só perdeu por não ser suficientemente escura, entre livros de cujas páginas saltam monstros, ou efígies de autores de histórias sinistras, ou caixas que captaram e encerram, por toda a eternidade, momentos de puro horror - e só percebe o que estou para aqui a dizer quem já visitou a exposição; sendo que, aqueles que a não visitaram, não vão ter, infelizmente, muito mais tempo, por razões que um destino tece -, nesse lugar de gritos congelados e gemidos gravados pelos recantos, se exibiu o filme "Por Favor, Não me Morda o Pescoço", do genial Roman Polanski.

Houve discussão: falámos sobre as ondas dos vampiros, de novo em voga - com muito menor interesse e subtileza hoje -, sobre o declínio, actualmente, de um elemento preponderante das histórias de horror, a floresta (contestado pela professora Dolores), sobre o humor, o erotismo, sobre a difusão do mal ou a arquitectura que enquadra o desenvolvimento da história projectada.

Foi uma sessão extremamente singular. E arrepiante. Bem, isso talvez se devesse principalmente ao frio.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SEM DISCUTIREM COMIGO NÃO TENHO A CERTEZA DE QUE NÃO EXISTO SÓ EU

Gosto de escrever no blogue do "Gostos Discutem-se"; aquilo de que não gosto é de ser praticamente o único a escrever no "Gostos Discutem-se": porque assim, evidentemente, não estou a discutir. Estou a pregar no deserto. Ou a falar comigo próprio - e como nem sequer há comentários, quem sabe se não estarei a a falar sozinho. Ei! Olá! Truz! Truz! Truz! Está aí alguém?! Hã!? Alguém fala comigo? Alguém discute comigo? Alguém que discorde?

FIXAR UM NOME: O QUE HÁ DE NOVO NO AMOR?

A Mónica e o Rui, que são dois jovens felizes e, neste momento da sua vida, particularmente felizes com o resultado da sua obra colectiva (o filme "O que há de Novo no Amor?", realizado a doze mãos, isto é, por seis pessoas), vieram ao clube de cinema falar-nos do seu trabalho.

Mais do que nunca me parece caso para dizer que estavam presentes "poucos mas bons": talvez uma vintena, entre estudantes e professores, mas daqueles que se interessam. Era malta curiosa e perguntadora; a Mónica, no fim da sessão, confidenciou-nos: «Adorei!»

De tudo se quis saber - desde as dificuldades na coerência de um todo feito a partir de perspectivas tão singulares, até à vitória que foi o projecto deles ter ganho um financiamento [tratando-se, reparem, de cinema português, de jovens recém-licenciados, sem currículo e sem cunhas], passando pelos seus métodos de trabalho e projectos para o futuro; houve conselhos aos mais novos. Tudo foi passado em revista, sem pausas nem silêncios.

O filme enfrenta inúmeros obstáculos de receptividade. É, repito, cinema português; é, repito, um filme realizado por jovens bons, mas pouco conhecidos. A distribuidora está atenta: se não houver público suficiente, depressa "O que há de Novo no Amor?" desaparecerá das salas.

Espicaçaram-me a curiosidade. Aposto no filme, estou com muita vontade de o ver. Mas, mais do que isso, ir vê-lo tornou-se-me um imperativo categórico. É um dever moral. Aqueles jovens são bons (viu-se bem na sessão) e o seu entusiasmo é contagiante. Merecem-no.