Ao contrario do que seria de pensar, apesar do dia de hoje promover um ritmo de descanso e lazer, apesar do corpo convidar a permanecer umas boas horas extra na cama, acordei no meu horário habitual de trabalho. Que frustrante! Vira para a esquerda, vira para a direita: não dá. Irremediavelmente acordado dei por mim a pensar em como preencher o dia de hoje. O tradicional almoço com a familia, responder às mensagens de felicitaçoes dos amigos e, como cinéfilo, ver um bom filme ao fim do dia.
Se bem que as entradas para esta epoca festiva já vieram: nos ultimos fins-de-semana dei largas ao espirito consumista e lembrei-me de completar a minha selecção de filmes de David Lean com o épico Doctor Zhivago. A clássica personagem heroico-tragica explorada mais uma vez pelo cineasta Britanico num filme que talvez tenha sido uma entrada algo pesada mas que me abriu o apetite e me levou no fim de semana seguinte a outra produção de grande escala que foi Amadeus de Milos Forman.
Por esta altura cheguei ao prato principal, no qual tenho sempre espaço para um filme de Kubrick: a escolha recaiu em A laranja mecânica (imagem à direita). Sem nenhuma razão em especial. No entanto o ambiente neo-futurista que envolve esta narrativa controversa de critica social permaneceu no fim do filme pelo que, quando a oportunidade surgiu, resolvi começar a ver o que eu chamo a a minha trilogia futurista de Charlton Heston. Um conjunto de filmes que o já falecido actor protagonizou numa fase avançada da sua carreira e que têm em comum o facto de a acção se desenrolar num futuro pós-apócalitico onde a sociedade regrediu, tecnológica e socialmente, num ambiente quase barroco. Assim as minhas ultimas noites foram passadas a ver o angustiante Planet of the apes, o antecessor de I am legend (intitulado The omega man) e o canibalesco Soylent Green.
Enfim, de "barriga cheia", mas com espaço para a "sobremesa e para o café". Enquanto escrevo estas linhas estou já a ponderar as varias hipóteses para logo: o habitual filme de natal, com todos os clichés e o tradicional Happy end? Ou talvez um bom puzzle mental, digamos algo de David Lynch?
A vontade logo dirá.
Despeço-me com votos de FELIZ NATAL a todos os meus amigos cinéfilos.
CINEMA: O PODER DO CÃO
Há 2 anos
que natal cinéfilo tão eclético! devo dizer que o meu também não foi mau: vi os dois gremlins, do joe dante (o christopher lee entra no segundo), o dog day afternoon, do sidney lumet, com o al pacino e o john cazale, o solaris (o remake do clássico de tarkovsky por steven soderbergh, também de grande qualidade)e o tigre e o dragão, do ang lee (um dos melhor filmes do género, tenho de reconhecer, embora eu não aprecie). Digo também que acho o planet of the apes, do franklin J schaffner (um grande realizador hoje em dia muito esquecido) e o soylent green (do richard fleischer, que era a propósito um dos realizadores favoritos de bénard da costa) fabulosos. nunca vi o the omega man, mas tinha imensa curiosidade. kubrick e lean formam um duo de realizadores técnicos que eu não considero grandes vultos do cinema, apesar de gostar de alguns dos seus filmes (já agora lembremo-nos que o lean antes de fazer o seu quarteto de épicos dirigiu muitas produções britâncias bastante razoáveis, que adaptavam clássicos da literatura, como as grandes esperanças, oliver twist, etc) aproveito para exprimir o meu contentamento com o livro do clube de cinema. parece-me que ficou muito bom! boas festas para o professor e para todos os outros membros do clube! até à próxima sessão, que a força esteja convosco!
ResponderEliminarO teu comentário João reavivou o meu interesse pela obra inicial de David Lean. Inevitavelmente a sua filmografia está sempre associada às grandes produçoes que o popularizaram em hollywood, às quais eu dediquei exclusivamente a minha atenção, mas ele de facto tem um conjunto extenso de filmes da sua autoria produzidos no Reino Unido, dos quais eu oiço e leio bastante (o filme Brief Emcounter e a adaptação de Oliver Twist que mencionaste vêm sempre muito elogiados).
ResponderEliminarPS: Já agora deixo a questão; existe um livro do clube de cinema?
sim, uma iniciativa que surgiu a propósito da celebração dos 30 anos da ESLAV... ah, desculpem... ESPJAL!
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