sábado, 4 de junho de 2011

O FESTIVAL DE CURTAS-METRAGENS DO GOSTOS DISCUTEM-SE

Khirstine, a extraordinária aluna que veio do frio, dizia, no fim da sessão, no seu sotaque que não a impede de tentar falar: «Mas isto em Portugal existe em todas as escolas, este amor pelo cinema, estas pessoas que sabem tanto e se juntam num clube de cinema? Não há nada disto na Dinamarca, nem nunca ouvi falar de alguma coisa assim, seja nos EUA, seja onde for...»

Estávamos no fim do Festival de Curtas-metragens promovido pelo clube. O André Jorge já tinha salientado, no seu discurso exacto e completo, o facto de ter havido filmes muito bons, o facto de o clube de cinema ter sido suficientemente aberto para aceitar a concurso filmes que teriam sido discriminados - ou censurados - noutras escolas: foi também o reconhecimento do papel do Gostos Discutem-se no apuramento e propagação de uma contagiante cultura cinéfila.

O Francisco, humilde e generoso, que tem sido a verdadeira alma do clube, divulgando-o por todos os meios, experimentando as novas tecnologias, para que, de cada vez mais longe, saibam o que andamos a fazer e venham até nós, estava perante um sonho tornado realidade: uma sala a abarrotar de entusiastas, gritos, apupos, alegria.

O apoio da escola e da Direcção a este projecto que é, à sua maneira, um cisne negro, isto é, algo que vinga contra todas as expectativas, raro e fora de tudo o que se tem feito por aí, foi bem notório.

E, de facto, na comparação com o festival do ano passado, a melhoria tornou-se evidente: mais filmes, mais qualidade, mais empenhamento; um júri com uma tarefa dificílima, de que se incumbiu brilhantemente; e uma conferência de imprensa final, que possibilitou uma conversa (e uma discussão) sobre os filmes.

Para o ano voltamos. No futuro longínquo, quando alguém falar de Cannes, um miúdo perguntará: «O que é isso?» - e alguém terá de explicar: «era assim uma espécie de "Festival de Curtas" do Gostos Discutem-se»

1 comentário:

  1. Não faltou também o glamour e o ambiente de uma autêntica gala de óscares de Hoillywood, com passadeira vermelha, decorações, "fotografos" e recepção dos convidades. Até houve direito a bilhetes personalizados que, embora não chegassem para todos (falha minha), estavam muito engraçados, feitos pela professora Ana Cristina!

    ResponderEliminar