Bons filmes

Filmes bons são injeções de felicidade instantânea com efeitos duradouros. Este fim de semana vi dois muito especiais. O primeiro foi “Uma outra mulher” de Woody Allen. Uma mulher na casa dos cinquenta sem taras nem problemas extraordinários faz um balanço lúcido da sua vida e das suas escolhas. O retrato tão verdadeiro, completo, magnífico desta mulher ficou a cargo da atriz Gena Rowlands. A sua interpretação é serena, interior, intimista. O jogo entre passado e presente passado surge de uma forma muito natural e fluida. A história está, a meu ver, tão bem construída que das duas uma ou a psiquiatra do Woody Allen deu uma ajuda com o argumento ou, hipótese mais provável, o conhecido realizador é, na verdade, uma mulher.

Fui também ao corte Inglês (horror!) ver “Uma separação” de Jodaeiye Nader az Simin

Quando o filme acabou ninguém queria sair da sala. Queríamos mais. Sinto que vivi com estas famílias iranianas, entendi e partilhei os seus problemas, ri (também me emocionei um pouco). Gostei de todos , custa-me até chamar-lhes personagens. E isto tudo num filme iraniano (!) cultura persa, muçulmana, muito diferente - achava eu.