quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PRODUÇÕES COGUMELO

À excepção das postagens de promoção dos filmes que o clube de cinema apresenta, o "blogue" do Gostos Discutem-se tem estado ao abandono.
Eu próprio, que durante algum tempo continuei a resistir, ingloriamente, espicaçando, desafiando, convidando potenciais autores de "posts", os quais, depois de variadas promessas de colaboração, acabavam por me deixar pendurado, decidi ir desligando botões. [O do interesse, o da motivação, o do prazer da escrita no blogue].

Mas se há uma razão para tornar a entrar neste palco, essa razão é a sessão do dia 12/12/12, toda praticamente a cargo das Produções Cogumelo.
Em primeiro lugar, uma palavra acerca das Produções Cogumelo, de que o Gostos Discutem-se é, sem dúvida, e a vários títulos, promotor e padrinho.
Parece-me extraordinário - e meço bem a palavra - que, num tempo de crise [porque as sociedades em crise geram "tempos de crise"], que, pois, num tempo de crise económica e cultural, de valores ou de entusiasmos, o clube de cinema tenha sido o espaço de surgimento de um grupo de jovens cinéfilos dispostos a passar da contemplação à acção: fizeram "curtas"; ganharam prémios; investiram os prémios; e - este é o princípio do projecto - todos cooperam em todos os aspectos da realização das ideias de cada um deles. O realizador de um filme é actor em outro, ou o camera-man num terceiro, ou o responsável do som de um quarto filme. De algum modo, como afirmava o André Vieira, todos fazem tudo, ou um pouco de tudo, num movimento de solidadriedade e entreajuda que tem permitido multiplicar obras, aperfeiçoá-las técnica e artisticamente, e, porventura, principiar a difundi-las - para já em Portugal, mas quem sabe o que o futuro lhes reserva?

As curtas a que assistimos têm já um elemento de profissionalismo que não podemos deixar de mencionar. Escolhem os lugares adequados para as filmagens, preparam-nas com uma grande seriedade, trabalham até altas horas, com persistência e amor.
Amor e humor. A trilogia cómica é uma sucessão hilariante (e desconcertante) em que se leva até às últimas consequências uma ideia aparentemente muito simples: a maravilha está na "orquestração" da ideia, no rigor das representações, no inesperado das ligações.

Se o filme de terror não oferece propriamente novidades em relação aos filmes que os inspiram, é no entanto um tarabalho cuidadoso e um terreno de ensaio promissor. Alguns momentos são autênticos achados - e, numa síntese, a ilustração de como com poucos meios se pode fazer muito, e se pode ir fazendo cada vez melhor.

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