sexta-feira, 1 de março de 2013

RICARDO ARAÚJO PEREIRA




Há momentos destes na vida, em que somos compelidos a escolher entre estar aqui ou estar além, sendo que estar aqui é importante, mas estar ali não parece menos importante; sobretudo, quando as escolhas têm consequências: mas não é verdade que todas as escolhas exigentes, interessantes, têm consequências? Não é verdade que, fiquemos ou partamos, haverá sempre que dar explicações, justificarmo-nos perante os descontentes, os que não nos perdoam e não conseguem compreender o que quer que tenhamos preferido?

O clube de cinema teve o grato e raro prazer de receber, esta quarta-feira 27, Ricardo Araújo Pereira.
Para muitas pessoas, estar no auditório fruindo a sua  presença implicou uma escolha.
Havia quem devesse ir estudar para um teste; ou quem tivesse um explicador à espera; ou reuniões marcadas para outro sítio à mesma hora.
Pela minha parte, evidentemente, não me atreveria a criticar nenhuma escolha. Admito que todas eram justificadas, razoáveis, compreensíveis.

Convém lembrar, porém, que Ricardo Araújo Pereira tinha muito para oferecer. Aliás, ofereceu-se todo: o seu tempo, a sua disponibilidade, o seu humor, o seu saber, a sua prodigiosa capacidade de comunicação. Mais: a sua intimidade, sob a forma confidente, confessional, de quem se encontrava entre amigos. («Posso dizer isto à vontade? Não me estão a gravar, pois não? Então cá vai...»); se chegou com alguma reserva, talvez hirto e demasiado formal, cedo começou a relaxar, à medida que a reacção de um público completamente rendido, numa escuta absorvente e num riso contínuo, criavam um clima de euforia e de bem-estar.

Para quem tivesse, de Ricardo Araújo, a imagem de um mero comediante, o engano tornou-se flagrante. É um homem de uma cultura requintada e inesgotável. Despretensiosa mas inesgotável. Despretensiosa porque, na sua boca, nada soa grave nem denso, nem artificial. As ideias fluem com uma simplicidade que nos toca. Os conhecimentos são expostos naturalmente. Mas inesgotável, porque Ricardo fala com todo o à-vontade sobre filosofia e filósofos, sobre literatura e escritores, sobre política - ou sobre futebol. A propósito de qualquer assunto, teoriza inteligentemente, narra histórias pessoais e episódios da História, provocando e mantendo a hilaridade, como o gato que brinca com as baratas, salvo seja!

Não andarei arredado da verdade se vos disser que, para aqueles jovens, Ricardo é - e foi uma vez mais - um exemplo positivo, capaz de lhes mostrar como é que um tipo alto, bonito, com imensa piada, e que eles admiram, se revela uma pessoa de leituras, que procura o saber e o prazer das palavras. Não andarei arredado da verdade se vos disser que esta sessão em particular teve a dignidade de uma lição que os rapazes e as raparigas presentes nunca esquecerão. E, por fim, não andarei arredado da verdade se acrescentar, sem ironia nem espírito de provocação, que os professores que ali estiveram puderam testemunhar o mais autêntico exercício do ensinar; de como se cativa e incentiva; de como se cria nos outros o desejo de escutar e de saber.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

17.ª Sessão do Clube de Cinema de 2012/2013 (124.ª desde 26 Nov 2008)

Quarta-feira no AUDITÓRIO
30 de Janeiro às 14h30
 
O Despertar da Mente
(Eternal Sunshine of the Spotless Mind)
2004
de Michel Gondry
 
filme apresentado pela
Patrícia Herdeiro (12.ºF)


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

15.ª e 16ª Sessões do Clube de Cinema de 2012/2013

Esta semana o Clube de Cinema
vai exibir 2 filmes.
 
Na quarta-feira, 23 de Janeiro às 14h30
 
o Guilherme Tavares do 10.º B vai apresentar
 
A Cidade de Deus (2002)
 
de Fernando Meirelles
 


Na sexta-feira, 25 de Janeiro às 14h30
 
o humorista Nuno Markl



irá estar presente
no auditório para apresentar
 
A Vida de Brian (1979)
(Monty Python's Life of Brian)

de Terry Jones


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

14.ª Sessão do Clube de Cinema de 2012/2013 (121.ª desde 26 Nov 2008)

Quarta-feira no AUDITÓRIO
16 de Janeiro às 14h30

Deixa-me Entrar

(Låt den rätte komma in )2008
de Tomas Alfredson


filme apresentado pela
Sara Fernandes (11.ºC)


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

13.ª Sessão do Clube de Cinema de 2012/2013 (120.ª desde 26 Nov 2008)

Quarta-feira no AUDITÓRIO
9 de Janeiro às 14h30


Fúria de Viver
(Rebel Without a Cause)
1955
de Nicholas Ray


filme apresentado pela
Leonor Eça (11.ºA)



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PRODUÇÕES COGUMELO

À excepção das postagens de promoção dos filmes que o clube de cinema apresenta, o "blogue" do Gostos Discutem-se tem estado ao abandono.
Eu próprio, que durante algum tempo continuei a resistir, ingloriamente, espicaçando, desafiando, convidando potenciais autores de "posts", os quais, depois de variadas promessas de colaboração, acabavam por me deixar pendurado, decidi ir desligando botões. [O do interesse, o da motivação, o do prazer da escrita no blogue].

Mas se há uma razão para tornar a entrar neste palco, essa razão é a sessão do dia 12/12/12, toda praticamente a cargo das Produções Cogumelo.
Em primeiro lugar, uma palavra acerca das Produções Cogumelo, de que o Gostos Discutem-se é, sem dúvida, e a vários títulos, promotor e padrinho.
Parece-me extraordinário - e meço bem a palavra - que, num tempo de crise [porque as sociedades em crise geram "tempos de crise"], que, pois, num tempo de crise económica e cultural, de valores ou de entusiasmos, o clube de cinema tenha sido o espaço de surgimento de um grupo de jovens cinéfilos dispostos a passar da contemplação à acção: fizeram "curtas"; ganharam prémios; investiram os prémios; e - este é o princípio do projecto - todos cooperam em todos os aspectos da realização das ideias de cada um deles. O realizador de um filme é actor em outro, ou o camera-man num terceiro, ou o responsável do som de um quarto filme. De algum modo, como afirmava o André Vieira, todos fazem tudo, ou um pouco de tudo, num movimento de solidadriedade e entreajuda que tem permitido multiplicar obras, aperfeiçoá-las técnica e artisticamente, e, porventura, principiar a difundi-las - para já em Portugal, mas quem sabe o que o futuro lhes reserva?

As curtas a que assistimos têm já um elemento de profissionalismo que não podemos deixar de mencionar. Escolhem os lugares adequados para as filmagens, preparam-nas com uma grande seriedade, trabalham até altas horas, com persistência e amor.
Amor e humor. A trilogia cómica é uma sucessão hilariante (e desconcertante) em que se leva até às últimas consequências uma ideia aparentemente muito simples: a maravilha está na "orquestração" da ideia, no rigor das representações, no inesperado das ligações.

Se o filme de terror não oferece propriamente novidades em relação aos filmes que os inspiram, é no entanto um tarabalho cuidadoso e um terreno de ensaio promissor. Alguns momentos são autênticos achados - e, numa síntese, a ilustração de como com poucos meios se pode fazer muito, e se pode ir fazendo cada vez melhor.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

12.ª Sessão em 12-12-12

Já repararam no calendário?
Amanhã é a última capicua do século:
12-12-12


O Clube de Cinema não é supersticioso e apenas acha piada ao facto até porque se trata da Sessão N.º 12 deste ano lectivo.

Vamos ter, no entanto, uma sessão especial.
As "Produções Cogumelo" (que nasceram na ESPJAL) vão apresentar no AUDITÓRIO às 14h30
 
2 Curtas-metragens
em ESTREIA MUNDIAL

"Lobsta"

3.º filme da série "Krustacheos"
(depois de "Krab" e "Chrimp")
 e
 

"Dam of the Dead"

Vamos ter só 12 presenças nesta sessão?