quinta-feira, 30 de abril de 2009

UMA SESSÃO DIFERENTE

Parece que o blog já está a ganhar alguma forma (e cores) novas. Esta é uma boa forma de tornarmos públicas e mais acessíveis as discussões e debates que realizamos no nosso clube de cinema. Todos terão a oportunidade de escrever e dar opiniões sobre as nossas sessões, ou mesmo pessoas de fora que queiram deixar os seus comentários.

Eu pessoalmente já tinha tido um blog, mas, apesar de gostar de escrever, nem sempre tinha a paciência de vir aqui regularmente, até porque geralmente, não tinha nada que fosse minimamente interessante para contar. Contudo, estou certo, de que desta vez, o tema do nosso blog - o cinema - vai dar bastante que falar.

"Não me quero alongar muito" - como diria o professor José -, e por isso posso dar o pontapé de saída para o próximo assunto. As sessões do nosso clube têm decorrido sempre dentro da escola, mas desta vez decidimos que seria uma ideia engraçada e original levar o pessoal a uma verdadeira sala de cinema, mais precisamente, à sala do Cinema São Jorge, em Lisboa.

Sempre muito ecológicos, descolocámo-nos de autocarro até ao Marquês de Pombal e atravessámos a pé aAvenida da Liberdade, sempre muito movimentada e inundada de turistas. Aproveitámos, claro, para dar uma vista de olhos na Cinemateca Portuguesa, que ficava a poucos metros do Cinema São Jorge. Foi a primeira vez que lá entrei e confesso que fiquei bastante surpreendido com o espaço (especialmente com a coluna feita de caixas de fitas de filme empilhadas). Houve tempo para folhear os livros da pequena biblioteca recheada de livros sobre cinema e que, como seria de esperar, encantou o João Sacramento e o Eça, para dar um pequeno passeio pelo interior do edícifio e observar as monstras onde estavam expostos variadíssimos objectos antigos de cinema. Só lamentei não poder sentar-me na esplanada do café, que parecia ser bastante agradável.
Seguiu-se então a parte que, na minha opinião, foi menos "simpática" - diga-se de passagem. Não tenho nada contra os alemães, nem contra tipos carecas que dão calduços uns nos outros constantemente, mas devo dizer que o filme não foi muito do meu agrado. Sinceramente, esperava mais de um filme que está inserido num Festival de Cinema Independente tão importante como o Indie Lisboa. Mas não foi esse facto que fez com que esta tarde deixasse de ser um momento convívio agradável, um dia diferente. 



André Vieira

segunda-feira, 27 de abril de 2009

NÃO QUEREM COMENTAR?

Jerry Lewis - The Errand Boy (1961) Pantomime

quinta-feira, 23 de abril de 2009

FICA O DESAFIO: POVOEM E TRANSFORMEM O BLOGUE

Hoje, dizia o André com muita razão: «Este blogue está demasiado cor-de-rosa!»
Espero que se tenha compreendido que me limitei a dar o pontapé de saída. A mim, saiu-me cor-de-rosa, mas estou à espera de que os outros cinéfilos, sobretudo os que dominam a técnica subjacente aos blogues, comecem a transformar: mudem a cor, que diabo, o formato, postem cometários, cartazes...

Entretanto, ocorreu esta quarta-feira a participação do clube na Semana do Humor. Foi projectada A Vida de Brian, dos Monty Python, de que algumas pessoas gostam e outras gostarão menos. Percebe-se em todo o caso, neste filme hilariante, como e até que ponto o humor pythoniano está na génese de tudo o que, em Portugal, foi a seguir feito com alguma graça, de Herman José aos Contemporâneos, passando pelos incontornáveis Gato Fedorento.

Ainda tenho a repicar-me na cabeça - quase obsessivamente - a extraordinária música com que o filme termina.


E, por falar em música, não saímos sem que o André nos mostrasse a pequena e engraçadíssima representação musical, a preto e branco, de um prodigioso Jerry Lewis, que também teve os seus imitadores...

Entre os continuadores, num caso e noutro, isto é, tanto dos Monthy Python como de Jerry Lewis, encontramos sempre coisas muito boas. Às vezes, todavia, a impressão é a de que os iniciadores, bem!, eram melhores...

terça-feira, 14 de abril de 2009

ESTAMOS

A Eslav, este ano, foi palco da formação de um clube cinéfilo: veio ao mundo quase despercebidamente; não se queria - ou não se esperava - muito mais do que uma reunião de amantes do cinema que pudessem ver os filmes de que gostavam e conversar largamente acerca deles.

E, de princípio, esses kinephilos eram poucos, poucos, poucos, insuficientes para encher mais do que as primeiras cadeiras do anfiteatro. Durante várias sessões, não se ultrapassou o número de dedos de uma mão, como diria o Almirante Américo Tomáz. Fez diferença? Não fez! Esses cinco começaram por se juntar, num dia auspicioso, para ver o Bom Rebelde, primeiro filme de um ciclo sobre a diferença.

E, por falar em diferença: a «diferença», a transformação, o clic ocorreu quando se pensou que poderiam ser os próprios alunos a sugerir os filmes seguintes.
O João propôs um filme que o marcara profundamente: Donnie Darko;


o André trouxe-nos o maravilhoso Os Coristas; o André seguinte mostrou-nos A 9ª Porta: estava, ao mesmo tempo, dado o mote para o ciclo seguinte: um ciclo Johnny Depp!

Se bem se lembram - e há fotografias que o atestam -, o filme que veio depois já tinha conseguido alargar substancialmente o número de espectadores. Já então, como diria o Almirante Tomáz, seriam precisos todos os dedos do corpo humano para os enumerar...

E assim foi sendo: uns chegavam de novo ao grupo, outros interrompiam a participação, houve, sem dúvida, pessoas que vieram para assistir pontualmente a um filme que lhes interessara. Mas formara-se um público regular de professores e alunos capazes de conviver numa eufórica anarquia; ainda hoje é isto que me parece ser o sistema vigente: cruzam-se diferentes experiências e saberes, discutem-se gostos, sobretudo discutem-se entusiasticamente os gostos.

O clube de cinema - que tem precisamente por nome Gostos Discutem-se - vem diversificando as actividades: patrocina filmes a ser passados em contexto de aula com este ou aquele professor, lançou, entretanto, um concurso de curtas-metragens que, tanto quanto sei, tem causado furor na escola, trouxe até nós, em conjunto com um grupo de alunas de Área de Projecto, o extraordinário Ângelo Torres para apresentar a sua própria curta (Kunte); promoverá cada vez mais a circulação de filmes entre os membros; tem um canal na net; inicia, hoje, um blogue...

Se quisesse encontrar três palavras para valorizar este projecto, escolheria: paixão, diversidade, continuidade.

E não vale a pena alongar-me. O cinema também ensina o poder da contenção.

Até breve!