domingo, 24 de janeiro de 2010

Estúpido...

Às vezes apercebemos-nos de que fizemos algo de mal. Apercebemos-nos, e há algo que fica cá dentro, que nos incomoda e magoa. Um mal-estar de arrependimento. É exactamente como eu me sinto agora, zangado comigo próprio. Zangado por ter sido injusto e por não ter pensado. Zangado por ter sido ingrato e infantil.
Lembro-me perfeitamente de um dia em que fiz asneira da grossa, e alguém me disse :

"André, é assim, não faz mal. Todos nós de vez em quando entramos pela janela. Todos nós erramos por vezes, faz parte. Eu também erro."

Lembro-me do post que esse alguém colocou no blog nesse mesmo dia:

"Fico feliz por constatar que aquele aluno que eu conheci em Novembro de 2008 na companhia do João Sacramento é uma pessoa diferente. Já não cora (tanto) quando tem que falar em público. É um aluno interessado em tudo o que seja manifestação cultural da Eslav. Às vezes ainda “salta para cima de algumas janelas” desconhecendo os perigos daí existentes… Mas também atire a primeira pedra quem não fez (faz) coisas parecidas. A vida também contempla os erros. É preciso é que saibamos aprender com eles. Além disso é o nosso técnico de serviço do Clube de Cinema. Esse aluno é o André Vieira."

Acontece que eu voltei a entrar pela janela. E desta vez foi pior. Desta vez, acho que parti a janela sem querer. Enfim, não quero estar aqui armado em escritor sentimental e a transformar isto numa tragédia grega. Apenas quero pedir desculpa a uma pessoa por quem eu tenho muito respeito - embora tenha parecido que não. Quero pedir desculpa por ter sido injusto com uma pessoa que dedica horas da sua vida (ainda por cima com um filho pequeno) a um projecto dedicado à escola e aos alunos - a um não, a vários. Fui injusto, fui estúpido.

Sempre gostei, continuo a gostar e gostarei sempre do Clube Cinema da nossa escola, e não me esqueço nunca do dia em que foi criado, da nossa primeira sessão com apenas 4-5 pessoas, do primeiro filme que eu apresentei: "Les Choristes".

-Foi no Clube de Cinema que conheci várias pessoas tão diferentes, e que hoje posso considerar meus amigos.
-Foi no Clube de Cinema que passei muitas tardes de quarta-feira agradáveis.
-Foi no Clube de Cinema que vi filmes maravilhosos que nunca tinha visto.
-Foi o Clube de Cinema que aguçou o meu gosto pelo Cinema.
-Foi o Clube de Cinema que me fez gostar mais ainda na nossa escola.

Professor Francisco, sei que está magoado connosco. Da minha parte, o máximo que posso fazer é pedir-lhe desculpa por ter sido anormal e injusto - se é que isso serve de alguma coisa.

Resta-me por isso dizer que as pequenas divergências em relação à forma como deve ser gerido o clube, os filmes que passam, a organização por ciclos, as pessoas que apresentam, são tudo assuntos que podem ser perfeitamente conversados com calma e entre todos e que não devem, de forma alguma, gerar conflitos destes nem pôr em causa um projecto tão interessante como o Clube de Cinema. Espero que tudo se resolva na próxima reunião e que eu possa ir assistir à última sessão antes de ir para a universidade, no final do 12ºano.


André Vieira

Fico feliz que o meu título tenha feito escola…

No dia 29 de Outubro eu tinha escolhido para título do meu “post”:
“Ontem, vivi um dia aparentemente normal…”

No entanto, existem algumas diferenças relativamente ao seu conteúdo por comparação ao post anterior do João d’Eça.


Por exemplo, eu acordei às 7h00 e terminei o meu relato à meia-noite. Também não joguei PS3… (espero que não encontrem aqui conotações políticas).

Existem outras diferenças e inverdades (estou a ser simpático…), mas essas tenciono esclarecê-las no lugar indicado para resolver este tipo de questões:

na NOSSA Reunião do CLUBE DE CINEMA da próxima
4.ª feira
dia 27 DE JANEIRO DE 2010, às 14h30.


Por isso, aproveito para lembrar que estão convocados os “membros regulares” e os outros “membros não regulares” (irregulares?) para discutirmos estes assuntos.

Partindo duma premissa que faz parte da minha forma de estar na vida:

NÃO EXCLUIR NINGUÉM (leia-se “expulsar”).

Assim estão convocadas as seguintes pessoas (por ordem de entrada no Clube de Cinema e que assistiram a pelo menos 2 sessões desde o dia 26 de Novembro de 2009 com o filme: “O Bom Rebelde” - em que estiveram presentes 2 professores e 3 alunos)

João Sacramento
André Vieira
André Jorge
Mónica Pinheiro
Vasco Pedro
Beatriz Pinto
Eliana Oliveira
Ruben Viveiros
Guilherme Santos
João de Almeida d'Eça
Afonso Azevedo Coelho
Filipe Valadas
Maria Nunes
Inês Lourenço
Catarina Pereira
Mariana Amor
Diogo Nogueira
Sara Pestana
Gustavo Barradas
Andrii Korolivskyi
João Mendes
Isabela Nóbrega

Além dos professores José Pacheco e Madalena Fernandes, como é óbvio.
Se me escapou alguém, peço antecipadamente desculpa, e considere-se convocado.
Quem quiser aparecer pela 1.ª vez também será bem-vindo.


Já agora aproveito para informar que tencionava responder no próprio dia ao “post” anterior, mas deixei de ter Net em casa e assim até foi melhor porque me permitiu ter tido com o Eça uma boa conversa de desabafo (cara a cara).
Para finalizar gostava de voltar a referir uma parte do texto que já coloquei no meu “post”:
“Ontem, vivi um dia aparentemente normal…”

“Após o filme: a conversa. Afinal este é o momento mais importante do CC. Percebeu-se que a maioria já tinha visto o filme e que numa segunda visão (ou 3.ª) identificou aspectos que lhe tinham passado despercebidos. Eu retenho uma cena do filme que me tocou especialmente: aquela em que os pinguins machos (alojando cada um os seus ovos) decidem encostar-se uns aos outros em perfeita SOLIDARIEDADE para assim poderem resistir melhor ao frio. Mesmo aqueles que entretanto terão perdido irremediavelmente o seu ovo. E lembrei-me de agradecer aos alunos que já tendo visto o filme decidiram aparecer na sessão e permitir assim dar continuidade ao lema do NOSSO CLUBE – “Gostos Discutem-se”.

Cumprimentos a todos,
Francisco José Rodrigues dos Santos Morais
(isto assim tudo completo dá um sentido mais nobre… não acham?)
e um olá do Ricardo
(o meu filhote mais novo de 2 anos)
que é o único que está agora aqui ao pé de mim.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um dia aparentemente anormal...

Acordei às 7:30. ÀS 7:33 tomo o pequeno-almoço. Às 7:40 tomo um duche. Às 7:55 visto-me. Às 8:10 apanho o autocarro para a Escola. Às 8:30 vou para a minha primeira aula. Tenho Geografia, onde reescrevo o script do meu filme; Educação Física, onde um colega meu deixa cair as calças a dar um mortal; e Inglês, onde falámos sobre deficientes com pernas de chita. Às 13:30 vou comprar o meu almoço ao pingo doce e depois sigo para casa do Guilherme (onde agora me encontro). Esperamos o camarada Sacramento para uma boa sessão de filmes ou de PS3. Enfim, um dia que deveria ter sido normal.
Mas não, não foi um dia normal. Tendo em conta que é uma quarta-feira e havia sessão no Clube de Cinema, não foi um dia normal. Porquê?, pergunto eu. Porque o filme que será passado é nem mais nem menos A Troca, de Clint Eastwood, que estreou por cá há cerca de um ano. Um filme que a grande maioria dos "membros regulares" já viu. E sem serem esses membros regulares o clubde de cinema não conta com muito mais participações espontâneas da parte de outros alunos. Essa é a verdade. Porque deveria eu ir ver um filme que já vi, numa sala sem condições, durantes quase três horas? Um filme que há em todos os vídeoclubes do país e que se pode adquirir em qualquer loja especializada? Em relação ao ciclo, acho um pouco disparatado este ciclo "Clint Eastwood". Foi um ciclo que não foi decidido por ninguém senão pelos professores responsáveis pelo clube. Agora eu pergunto: São apenas os professores a decidir o futuro deste clube, ou não terão também os alunos uma palavra a dar? É que caso não se recordem, em democracia e em discussão de gostos, quase todos os alunos demonstraram o seu descontentamento com os ciclos. Então, porque é que os ciclos continuam? Ou, melhor, porque é que não funcionam como tinha ficado decidido? (relembro que a decisão dizia que se poderia começar um ciclo se houvesse pessoas com interesses em comum para se passarem filmes com uma lógica e se a maioria do clube não tivesse objecções) Morreu agora Eric Rohmer. Não teria mais lógica que se passasse um filme seu como homenagem??? Em vez disso, apenas porque o décimo ano escolheu o Gran Torino (aliás, uma ideia fantástica - havia imensos alunos do décimo ano na sessão!), começa-se um ciclo com que ninguém concorda. Se eu fui à discussão do Gran Torino foi apenas porque fui almoçar fora e me despachei a horas, mais nada. É um filme que estreou ainda mais recentemente do que a Troca. Se o Clube de Cinema não serve para passar filmes um pouco alternativos, desconhecidos à maioria das pessoas, ou que sejam inovadores e/ou diferentes, então, e peço desculpa, não serve para nada. Isto para não falar que eu já apresentei dois filmes e nenhum era o que eu queria verdadeiramente mostrar! Passei a Dama de Xangai porque o professor Francisco queria um filme com uma mulher protagonista, e passei o Sementes de Violência por causa do Ciclo da Escola e Sociedade. Esta é que é a pura das verdades. Formou-se um Clube onde as escolhas dos alunos são completamente manipuladas. E o cúmulo são os comentários sistemáticos de professores repletos de indirectas, ameaças de expulsão e insistências aborrecidas. Eu compreendo que os professores queiram que o Clube de Cinema se encha de jovens ansiosos por ver filmes e por discutir a sétima arte. Mas o que os professores não percebem é que são eles próprios os responsáveis por todos os problemas do Clube e pela diminuição do número de pessoas - sobretudo dos "membros regulares". Por tudo isto, acho que o Clube de Cinema devia ter uma reunião séria com a maioria dos seus membros para se decidir o seu futuro. E se o professor Francisco mantém a sua ideia de acabar com o Clube ou de expulsar os membros que faltam às sessões, então eu só posso dizer: Avante! Não escrevi textos proféticos, como infelizmente já fiz, fui apenas honesto o suficiente para dizer o que sinto, e fi-lo publicamente com este texto, para que todo o Clube e toda a ESLAV o possa ver. Estou disponível também para falar em privado com quem o desejar - como é óbvio. Acabo apenas este texto sobre um dia que se revelou anormal dizendo que quando escrevi o post a criticar o colega André Vieira, isso se deveu a duas razões: as ofensas do André e a forma como o meu filme estava sempre a ser adiado (com um tratamento por parte do Clube que nem me permitiu apresentar o filme que eu queria - recordo - Salvador, de Oliver Stone). O que é engraçado é que entretanto fiz as pazes com o Vieira e as coisas evoluíram de tal modo que hoje somos já bons amigos. Com o Clube de Cinema, no entanto, as coisas não se resolveram ainda. Estranho!

Cumprimentos a todos,
João Maria Delgado Martins de Almeida d'Eça

e um olá do Guilherme.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Gran Torino

Tenho que confessar que fiquei um pouco decepcionado. Não pelo filme. Mas pelo número de alunos do 10.º ano que foram assistir à sessão. A tarde chuvosa também não ajudou. Mas não está a ser fácil mobilizar novos alunos para assistir às sessões do Clube de Cinema.

Depois fui ver a lista de presenças e contei 23 presenças. E percebi que estava a ser ingrato. Afinal as sessões mais concorridas do 1.º Período tinham tido 20 presenças: “Elephant” e “À Procura da Terra do Nunca”. Claro que não estou a contabilizar a sessão do “Apocalypse Now” (embora desfalcada de alguns cinéfilos importantes do Clube) que teve cerca de 30 participantes.

Voltei ainda mais para trás e fui investigar e na sessão do ano passado, por esta altura, a 14 de Janeiro, com o filme apresentado pelo André Jorge, “A Nona Porta”, estiveram presentes 10 cinéfilos…

Portanto, obviamente, estou a ser injusto. Mas o que querem? Sonho com o dia em que o número de assistentes do Clube obrigue a que alguns alunos (e professores) para assistir ao filme tenham que ir buscar cadeiras à Biblioteca ou tenham que se sentar nos degraus do Anfiteatro… E depois que, no final, se interpelem para poderem dar a sua opinião sobre o filme que adoraram, detestaram ou talvez não tenham achado tão mau como isso…

Por isso, para que conste, estiveram presentes na sessão nº 32, os seguintes cinéfilos:
os “sócios fundadores” João Sacramento, André Vieira e André Jorge;
as simpáticas meninas de Artes do 12.º F, Eliana e Beatriz;
o “foragido” Rubem Viveiros (voltou e ainda bem);
a já indispensável Maria Nunes e os futuros apresentadores de filmes, Mariana Amor e João Mendes;
o solitário mas persistente Diogo Nogueira;
a mais recente e jovem aquisição Sara Pestana, do 8º A;
o Andrii Korolivskyi do 8º C, que trouxe um amigo, Gonçalo Águas;
as 3 meninas do 12.º D (Sara, Vivian e Susana) que vieram retirar ideias para o trabalho de Área de Projecto;
o João Garrido e o Rui Borba do 9º C que ganharam uma aposta e espero que tenham gostado do filme;
os professores “sócios fundadores” Madalena, Francisco e José;
o cineasta João d’Eça com a sua preciosa participação na discussão;
e, finalmente, o introvertido, João Nunes, representante da proposta do excelente filme que tivemos o prazer de visualizar e sobre o qual conversámos.

Dizem-me que muito dificilmente o João Nunes voltará a fazer-nos companhia mas eu que sou um optimista acredito que isso pode não ser verdade.

Deixo-vos com este bonito “clip” de Jamie Cullum, tema musical do final do “Gran Torino”. Ouçam-no e vejam mesmo as sequências do filme.



Ah. É verdade. Já viram o que teria acontecido se tivessem aparecido:
a Mónica, o Vasco, o Guilherme, a Catarina, o Afonso, a Inês Lourenço, a Isabella, o Filipe Valadas, e todos aqueles outros alunos que têm aparecido uma vez por outra?


E se tivessem vindo aqueles professores cinéfilos que não aparecem por causa do Conselho Pedagógico, das reuniões, das aulas de apoio, das explicações e por outras razões que às vezes nem eles sabem bem quais são?

Bolas! Nessa altura talvez as cadeiras não fossem suficientes… e alguém tivesse que se sentar nos degraus do Anfiteatro.

Acorda Francisco!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Obituário 2












Faleceu hoje um dos grandes vultos do cinema mundial, Éric Rohmer, aos 89 anos de idade. Figura-chave da Nouvelle Vague, é mais conhecido pelos seus pouco convencionais Contos Morais, centrados no desejo sexual dos protagonistas. Fazem parte do seu estilo a não utilização de banda sonora e de close ups, conversas longas sobre os mais variados temas e um elenco de actores belos e jovens. Apesar de não ter gostado muito do seu último filme, Os Amores de Astrée e Celadon, não conheço praticamente a obra deste cineasta e não tenho propriamente uma opinião sobre ele. Tenho, sim, curiosidade em ver alguns dos seus filmes.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

IDEIAS & PRÁTICAS: A PROPÓSITO DE ALGUMAS QUESTÕES DO AMIGO J. C.

Sumariando:

O livro editado pelo Clube de Cinema, 30 e tal Olhares, reúne testemunhos de variadíssimas pessoas que passaram pela escola ao longo destes 30 anos (professores e alunos, sobretudo), cada uma das quais escrevia sobre um filme - escolhido num leque que iria desde 1979 até aos anos 90. Já agora, J. C., pensámos em cravar a tua contribuição. Foste não só um elemento da casa, como, ainda por cima, um membro assíduo e dinâmico do clube. Ponderámos até, para te não dar demasiado trabalho, pedir que nos autorizasses a publicar, como sendo o teu testemunho, o "post" sobre o 2001: Odisseia no Espaço. Infelizmente, tudo se precipitou, chegaram catadupas de textos e, depois, era já demasiado tarde para te maçarmos.

Por outro lado, imprevidentemente, não ficámos com quaisquer exemplares. A 1ª edição esgotou-se em 3 dias - nem para a biblioteca sobrou um! Nem para oferecer a algum convidado (temos recebido cinéfilos, esperamos mais...). Ambas as imprevidências, porém, serão sanadas com uma 2ª edição, para a qual pedimos desde já que envies um texto, ou nos deixes utilizar o teu 2001.

Posto isto, há outras novidades. Já te apercebeste de que, durante as comemorações dos 30 anos, exibimos Apocalypse Now, filme típico do ano em que a escola abriu; apresentado por Ana Páscoa, foi projectado numa sessão muito participada, embora tivessem primado pela sua ausência alguns membros do clube que, certamente, teriam enriquecido o debate.

Mais: está ainda a decorrer uma exposição do clube, que inaugurou a nova sala de exposições da escola. Infelizmente, julgo que não estamos a tirar dela o máximo partido. Os elementos do clube têm andado fugidos e, assim, torna-se difícil planearmos uma estratégia para rendibilizar aquele espaço.

Mas ideias não faltam. O concurso de «curtas-metragens», este ano, promete.

E que tal um festival? Hum? 3 noites de passagens consecutivas dos filmes entretanto realizados pelos candidatos a cineastas; um júri; um prémio final. Anda no ar, anda no ar. (E mais não digo, que o segredo é a alma do negócio)!