domingo, 6 de novembro de 2011

7.ª Sessão do CC de 2011/2012

Quarta-feira no Anfiteatro
9 de Novembro às 15h00

Do Fundo do Coração
(One From the Heart)
de Francis Ford Coppola

apresentado pela
Prof. Luísa Simão


Conto de Fadas para Adultos
“One From the Heart” estreou nos anos 80, e quando o vi ficou logo registado como um dos meus filmes favoritos. Gosto desta história de amor entre duas pessoas com sonhos e realidades diferentes, contada como se fosse um conto de fadas para adultos.

Frannie e Hank são um casal que vive junto há cinco anos. Têm desejos e sonhos diferentes, por isso confrontam-se com alguma frequência e separam-se. É uma história simples, quase banal de uma realidade de muitos casais que com as rotinas e vivencias diárias se desgastam, e cujas aspirações individuais são tão diferentes que parecem incompatíveis. Será mesmo assim?

Paralelamente desenrola-se um enredo musical imaginado por Tom Waits (esta é uma das bandas sonoras que mais gosto do cinema) marcado pelo contraste entre a voz cristalina da Crystal Gayle e a voz rouca e quase rude do Tom Waits que narram a história e dão voz aos sentimentos das personagens de uma forma intensa, porque musical, o que confere uma maior originalidade à narrativa.
O filme tem cenas com uma estética própria (nesse sentido é quase iconográfico), da qual gosto muitíssimo, e que só podem existir por ser realizadas em estúdio, com uma luz artificial e baça como se fosse de uma banda desenhada.

“One From the heart” foi um filme que surpreendeu, por Francis Ford Coppola ter escolhido o amor como tema, depois de ter realizado o “Apocalipse Now”, um filme intenso, sobre a guerra do Vietname. Ninguém esperava a escolha deste tema, nem a forma como ele foi abordado, um musical, uma história banal contada como se conta uma história de encantar. Talvez por isso tenha sido tão mal recebido pela crítica e pelo público, apesar de ser tornado num filme de culto.
Coppola arruinou-se e arriscou imenso ao fazer este filme. Foi filmado como nos anos 40, em estúdio, com cenários imaginados da cidade de Las Vegas, cheia de néons e de luzes. Custou 27 milhões de dólares e foi um flop de bilheteira. O realizador retirou o filme do circuito comercial pouco tempo depois de ter estreado, culminando uma guerra com as distribuidoras. Outra curiosidade é que este filme obrigou Coppola a realizar os filmes subsequentes, para poder pagar a falência dos seus estúdios.
Luísa Simão
Professora

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