domingo, 29 de maio de 2011

30.ª Sessão do CC de 2010/2011

ENTREGA DE PRÉMIOS
2.º Festival de Curtas

Quarta-feira no Anfiteatro
01 de Junho às 14h30


Sessão de entrega dos Prémios e Diplomas
a todos os participantes das curtas
.



LISTA DOS FILMES A CONCURSO

BÁSICO

À Procura do Sonho

Argumento e Realização: Carolina Viegas e Ana Sofia Pendão (8.º E)
Montagem e Edição: Carolina Viegas
Guarda-roupa e Caracterização: Cáudia Magro
Intérpretes: Carolina Viegas (Charlot), Matilde Albuquerque (Matilde Albuquerque), Ana Sofia Pendão (Secretária).





Descobre / Descobre-te



Argumento e Realização: João Leão (9.º D)
Fotografia, Montagem e Edição: João Leão
Intérpretes: Rita Oliveira Esteves.






O Jogo



Argumento e Realização: Eduardo Santos e Lucas Mano (8.º A)
Montagem e Edição: Eduardo Santos e Lucas Mano.
Intérpretes: Eduardo Santos e Lucas Mano.





Procurando Jesus no Meio de 3 Judas



Argumento e Realização: Filipe Caetano, Guilherme Tavares, João Martins e Rodrigo Teixeira (8.º B)
Fotografia: Afonso Rodrigues e André Vieira.
Montagem e Edição: Rodrigo Teixeira.
Intérpretes: Filipe Caetano (o ateu), Guilherme Tavares (o muçulmano), João Martins (o protestante), Rodrigo Teixeira (o judeu) e a participação especial de Mariana Brízido.



Wendy e Gretel



Argumento e Realização: Bárbara Ribeiro e Matilde Albuquerque (8.º E)
Cameraperson: Ana Sofia
Intérpretes: Bárbara Ribeiro (Gretel), Beatriz Lory (Wendy), Matilde Albuquerque (Elizabeth), Carolina Viegas (Rose), Gonçalo Silva (William), Isabel Conduto (Narradora) e Cuka (Cão).




SECUNDÁRIO

Azul



Realização: André Vieira e João Sacramento (12.º C)
Argumento : André Vieira e João Sacramento inspirado no conto “Aquele Azul” de Maria Judite de Carvalho.
Produção: André Vieira, Bárbara J. Cooper, Frederico Gimenez, Hernâni Medina.
Intérpretes: Diogo Caridade (o homem).





Donas de Casa - A Revolução



Realização: André Jorge (12.º E)
Argumento e Produção: André Jorge, João Galhofo, Ruben Viveiros, Samatha Isidro e Tomás Vítor.
Intérpretes: André Jorge (Manel), João Galhofo (o segundo filho e o nerd), Tomás Vítor (o filho varão e o chunga), Samatha Isidro (Maria do Céu e a mulher moderna), Ruben Viveiros (o traidor).




Menina dos Olhos Tristes



Realização: João de Almeida d’Eça (12.º F)
Argumento: João de Almeida d’Eça, inspirado na música Menina dos Olhos Tristes, de José Afonso com letra de Reinaldo Ferreira.
Operador de Câmara: João Sacramento
Som, Fotografia, Montagem e Produção: João de Almeida d’Eça
Intérpretes: Beatriz Brás (a Menina), João Pontes (o Soldado), Ricardo Morais (o Filho), Bruno Neves (o Guarda) e José Pacheco (o Pai).




Psicose



Realização: João Sacramento, Frederico Gimenez, André Vieira, Bárbara J. Cooper, Hernâni Medina (12.º C)
Argumento: Frederico Gimenez.
Intérpretes: Frederico Gimenez (Gonçalo aos 20 anos), Gonçalo Vieira (Gonçalo aos 9 anos), João Sacramento (Frank), Bárbara J. Cooper (1ª vítima)André Vieira (2ª vítima), Raúl Cardeira (3ª vítima e jogador 3), Diogo Caridade (jogador 1), Martin Mata (jogador 2), Margarida Vieira (mãe), José Pereira (talhante), Elisa Costa Pinto (psiquiatra)




Sex n’ Jazz



Realização: André Jorge (12.º E)
Argumento e Produção: André Jorge, João Galhofo, Ruben Viveiros, Samatha Isidro e Tomás Vítor.
Intérpretes: João Pontes, Catarina Pereira, Teresa Cardosa, João de Almeida d’Eça, André Jorge, Samatha Isidro, João Galhofo, João Mota, Catarina Medeiros, Tomás Vítor, Ruben Viveiros.



O ano passado foi assim...
Este ano vai ser melhor!

domingo, 22 de maio de 2011

29.ª Sessão do CC de 2010/2011

2.º Festival de Curtas-Metragens

Quarta-feira no Anfiteatro
25 de Maio de 2011 às 14h00



Exibição das curtas-metragens
realizadas pelos alunos da ESPJAL
com a presença das realizadoras

Joana Pontes e Cláudia Varejão
que fazem parte do júri.

Não são indicadas as curtas-metragens a concurso porque algumas delas estão em processo final de edição. Assim que tudo estiver concluído serão divulgados os títulos e os seus autores. De qualquer forma já existe a certeza de concorrerem 3 curtas no básico e 5 no secundário.

Apresentação da curta-metragem

"Um Dia Frio"
de Cláudia Varejão
seguido de debate.




segunda-feira, 16 de maio de 2011

28.ª Sessão do CC de 2010/2011

Quarta-feira no Anfiteatro
18 de Maio de 2011 às 14h30

Azul
de Krzysztof Kieslowski


apresentado pela
Prof.ª Conceição Ribeiro



«Nós que vivemos nos campos de concentração, lembramo-nos dos homens que passavam pelas tendas confortando os outros, dando-lhes o seu último pedaço de pão. Podem ter sido poucos, mas são a prova suficiente de que se pode tirar tudo a um homem, menos uma coisa: a última das suas liberdades – a de escolher o seu comportamento em quaisquer circunstâncias, a de escolher o seu próprio caminho.»
(Victor E. Frankl, Man´s Search for Meaning).


«Sobre a Liberdade … E tudo o que quereis afastar para ficardes livres, que é, senão fragmentos de vós mesmos?»
(Khalil Gibran, O Profeta,)


O Azul da bandeira francesa (a tricolor, azul, branco e vermelho) está associado à liberdade.

A utilização de imagens de azul no filme não deixa de ser paradoxal. Ora nos remete simplesmente para as cores de objectos significantes associados às personagens, ora nos desafia a postular novos significados, em contextos mais abstratos Na verdade, o azul é a cor associada à dor da perda. No entanto, Kieslowski usa o sofrimento como um meio para ilustrar o tema da libertação catártica.
A superfície azul da água da piscina, inicialmente é sugerida como um escape, onde Julie procura um esforço físico mais do que um confronto emocional; onde, ainda assim, por duas vezes, procura sucumbir, respira ofegante e pára, repentinamente vencida pelos fragmentos de acordes de um concerto inacabado.
Raros são os momentos de luz branca.
Juliette Binoche no papel de Julie Vignon de Courcy, a única sobrevivente de um acidente de carro que tirou a vida de seu marido, um famoso compositor e sua filha. Incapaz de viver na propriedade rural com suas lembranças dolorosas, ela abandona todos os seus pertences para iniciar uma “nova vida”.
A dor de Julie é tão profunda que ela não pode chorar, nem sentir. Ela parece fria e silenciosa, indiferente à sua perda. No entanto, sua linguagem corporal revela que ela está em profundo sofrimento.
Julie está sempre, ou quase sempre, sob o olhar da câmara do realizador … ainda que pontuado por períodos de escurecimento, “blackouts”, como se isso correspondesse a um fechar de olhos, a olhar para dentro e a explorar os seus pensamentos mais recônditos e as suas memórias.



Azul é um filme com imagens de enorme beleza, como uma miragem, intencionalmente construído para ser olhado. Uma construção que não assenta nos diálogos imaginados mas na subtileza das imagens/acções. A esse respeito, Pedro Almodovar terá dito que são imagens a mais, demasiado belas para serem levadas a sério e terá argumentado que os espectadores serão levados pelas imagens ao ponto de perderem o essencial do filme, as mensagens mais profundas escondidas atrás das aparências.
Kieslowsky usa magistralmente uma linguagem cinemática para exprimir e representar situações e estados emocionais difíceis e complexos. Ele sublinha, até ao limite, as possibilidades dessa linguagem, por forma a abrir caminho a novas perspectivas: não se trata de simples brincadeiras, truques para distrair o espectador, trivialidades ou seduções. Pelo contrário, representam um esforço no sentido de chegar a novas descobertas (do cinema, da humanidade), como estratégias de destabilização, tão vulneráveis quanto belas. Há pormenores que nos aproximam do inferno, do desespero, do medo, da condenação. O que Kieslowsky procura fazer é descobrir uma linguagem cinemática que possa exprimir os dilemas de Julie.
O conflito central foca-se no modo como Julie elabora o processo de luto, como é gerida a dor da perda …. Definitivamente, não perfilho a ideia de que Julie quisesse livrar-se das suas memórias, esvaziar-se do passado e reconstruir uma nova relação com o futuro, reprimir a dor ao ponto de a negar. Embore tente viver sem história ou desejo, as memórias vêm ao de cima, de vez em quando e de diferentes maneiras: fragmentos de música vencem-na, acompanhados por vazios (blackouts) … Julie retorna à vida e progressivamente envolve-se com os outros. Julie faz uma espécie de reconciliação com o passado.
Há um momento que nos chama a atenção para a impossibilidade de Julie escapar ao seu passado, a um passado que ela desconhecia. A única cena no filme em que Julie não está presente é quando Olivier esvazia a secretária de Patrice e onde estão as fotos de Sandrine… o passado veio ter com ela e as tentativas para cortar com esse passado não tiveram sucesso…

Uma pessoa pode ter todas as coisas do universo, mas se não tiver com quem as partilhar, então a sua existência de nada vale. Foi essa a história de Julie, que tentou livrar-se de tudo o que a ligava aos outros mas acabou por perceber que valia a pena envolver-se e fruir da companhia dos demais (Olivier, Lucille, Antoine), partilhar conhecimentos e bens materiais (Sandrine e Olivier), sem perder a sua individualidade, aceitando e respeitando as escolhas de cada um.
Peculiar o que aproximou duas mulheres tão diferentes – Julie e Lucille - um acaso fortuito, como o abster-se de participar condicionou de forma determinante a vida de Lucille, como se reconheceram próximas uma da outra, ao ponto de poderem confiar os seus medos.
A sequência final começa e acaba com Julie, como se todos fizessem agora parte dela. Ela completou o concerto e fez o luto. Tentou viver em “LIBERDADE” – sem memória, sem desejo, sem trabalho ou quaislquer envolvimentos … ironicamente voltou a conhecer o amor, um amor renascido, inteiramente novo.
Para uns, as imagens da sequência final do filme sugerem um novo renascer, para outros uma “unificação”, em consonância com o concerto e a unificação da Europa.

«Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tiver amor, sou um sino ruidoso ou como o címbalo que retine. E se eu tiver o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e se eu tivesse toda a fé, a fim de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei….» I Coríntios 13: 1-2

Conceição Ribeiro

webresources:
www.sensesofcinema.com
Strictly Film School / Acquareloo 1997 e ainda «Reading ThreeCoulours: Blue», by Richard Rushton, October 2000

terça-feira, 10 de maio de 2011

27.ª Sessão do CC de 2010/2011

Quarta-feira no Anfiteatro
11 de Maio de 2011 às 14h30

Italiano para Principiantes
de Lone Scherfig

apresentado pela
Kirstine Nielsen do 11.º E


Beaten by Bieber!
Não vos quero assustar logo de início ao dizer que Italiano para Principiantes, por acaso, não foi a minha primeira escolha quando me foi proposto apresentar um filme no Clube de Cinema.
“Porque é que nós temos de vir ver um filme que até a própria apresentadora não seleccionou como primeira escolha?” devem estar a pensar.
É que há outros filmes que eu acho que representam melhor o cinema dinamarquês mas infelizmente nenhum tinha legendas em português.
São filmes caracterizados por muito humor e ironia e umas vezes também um pouco esquisitos... (pelo menos são os filmes dinamarqueses que eu acho serem os melhores.) Mas por alguma razão não existem muitos filmes da Dinamarca que estejam à venda aqui em Portugal com legendas, quer dizer quase nenhuns!
Até o filme dinamarquês que ganhou um Óscar para o melhor filme estrangeiro, só se pode ver em dois cinemas aqui em Lisboa, enquanto Never say never de Justin Bieber pode ser encontrado em qualquer cinema…




Mas…
não fujam, porque o filme é bom!

Italiano para principiantes estreou em 2000 e foi logo um sucesso nos cinemas dinamarqueses. Obedece às regras do DOGMA 95, o que significa que qualquer efeito especial não é permitido e até a música e a luz falsa não se podem usar. Assim ficamos apenas com a história. E é mesmo isso que é importante no Italiano para Principiantes. Uma história de pessoas com problemas muito graves, mas que ganham uma nova esperança pela vida, quando se juntam num curso de italiano.

Agora não digo mais nada.
Vou deixar-vos ver o filme para depois poderem dizer-me o que acharam…
se gostaram ou se odiaram…

Kirstine Hupfeldt Nielsen (11.º E

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DESPOJOS DE GUERRA

Da última sessão do clube, com características muito particulares, graças à cultura e ao saber (cinéfilos e não só) de Luís de Almeida d'Eça, pai do João, saí com o desejo de prolongar as descobertas que ali fiz.
Escrevo, agora, num computador de uma biblioteca próxima.
A esta biblioteca vim buscar dois livros que o Luís sugeriu, a propósito do filme.
Um deles é A Mulher e o Fantoche, de Pierre Louys, em que se inspira O Diabo É Uma Mulher.
O outro é Fiesta, de Hemingway.
São despojos de guerra, que transporto antecipando prazeres.
Esta é uma das funções do clube, evidentemente - porque, como o Francisco costuma lembrar, «isto anda tudo ligado».

domingo, 1 de maio de 2011

26.ª Sessão do CC de 2010/2011

Quarta-feira no Anfiteatro
04 de Maio de 2011 às 14h30


The Devil is a Woman
(O Diabo é Uma Mulher)
de Josef Von Sternberg

apresentado pelo

Encarregado de Educação
Luís de Almeida d'Éça




Tomando como exemplo Pigmaleão e Galateia, o cineasta Josef Von Sternberg usou, ao longo da sua vida, a famosa fórmula bovariana “Marlene sou eu” para salientar a identidade entre criatura e criador.

Josef von Sternberg e a actriz Marlene Dietrich formaram uma das relações mais complexas e fascinantes da história do cinema e colaboraram em sete obras-primas de beleza incomparável: O Anjo Azul (1930), Marrocos (1930), Fatalidade (1931), O Expresso de Xangai (1932), Vénus Loira (1932), A Imperatriz Vermelha (1934) e, por fim, O Diabo É uma Mulher (1935).

Envolta em véus, redes, fumo, peles, penas e plumas, fotografada num jogo prodigioso de sombra e de luz, Marlene Dietrich tornou-se num dos mitos imortais da sétima arte.



A propósito de O Diabo É uma Mulher, a última obra que filmaram juntos e a preferida de ambos, o realizador alimentou o desejo de, um dia, poder projectá-la do fim para o princípio, facto que reforça o carácter radical e abstracto do filme.
Apesar de adaptar com grande fidelidade o romance A Mulher e o Fantoche de Pierre Louÿs, não tem como objectivo principal desenvolver uma narrativa nos moldes tradicionais, mas criar um deslumbrante poema visual barroco, de intenso erotismo, sobre os temas recorrentes do desejo, dos mistérios do eterno feminino e da impossibilidade do amor.


O Diabo É uma Mulher desfez a dupla Sternberg/Marlene e arruinou a carreira do cineasta, um dos raros génios da história do cinema. Foi um dos mais singulares e arrojados projectos que nasceram no seio de um estúdio de Hollywood. Uma experiência-limite. Um filme que ousou libertar-se dos constrangimentos da indústria e transformar-se numa obra de arte.

Como consequência, não teve praticamente distribuição comercial. Na Europa foi visto pela primeira vez no Festival de Veneza de 1959 e, em Portugal, em 1977, na Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do ciclo Cinema Americano dos Anos 30. No nosso país só estreou comercialmente em 1997, no cinema Ávila, com um atraso de 62 anos relativamente à data da estreia mundial.

Apresentá-lo no Clube de Cinema da Escola Secundária Professor José Augusto Lucas perante um grupo de espectadores jovens, infinitamente mais sofisticados do que as plateias dos anos 30 do século passado, constitui um aposta sedutora. Como todas as obras de arte verdadeiramente relevantes, o filme mantém-se em aberto num desafio permanente que exige o esforço analítico de quem o vê.

O meu desejo é o de que, juntos, o saibamos discutir para melhor o entendermos. No final, com sorte e sobretudo com inteligência e criatividade, talvez o consigamos merecer.

Luís de Almeida d'Eça