Quarta-feira no Anfiteatro
11 de Maio de 2011 às 14h30
Italiano para Principiantes
de Lone Scherfig
apresentado pela
Kirstine Nielsen do 11.º E
Beaten by Bieber!
Não vos quero assustar logo de início ao dizer que Italiano para Principiantes, por acaso, não foi a minha primeira escolha quando me foi proposto apresentar um filme no Clube de Cinema.
“Porque é que nós temos de vir ver um filme que até a própria apresentadora não seleccionou como primeira escolha?” devem estar a pensar.
É que há outros filmes que eu acho que representam melhor o cinema dinamarquês mas infelizmente nenhum tinha legendas em português.
São filmes caracterizados por muito humor e ironia e umas vezes também um pouco esquisitos... (pelo menos são os filmes dinamarqueses que eu acho serem os melhores.) Mas por alguma razão não existem muitos filmes da Dinamarca que estejam à venda aqui em Portugal com legendas, quer dizer quase nenhuns!
Até o filme dinamarquês que ganhou um Óscar para o melhor filme estrangeiro, só se pode ver em dois cinemas aqui em Lisboa, enquanto Never say never de Justin Bieber pode ser encontrado em qualquer cinema…
Mas…
não fujam, porque o filme é bom!
Italiano para principiantes estreou em 2000 e foi logo um sucesso nos cinemas dinamarqueses. Obedece às regras do DOGMA 95, o que significa que qualquer efeito especial não é permitido e até a música e a luz falsa não se podem usar. Assim ficamos apenas com a história. E é mesmo isso que é importante no Italiano para Principiantes. Uma história de pessoas com problemas muito graves, mas que ganham uma nova esperança pela vida, quando se juntam num curso de italiano.
Agora não digo mais nada.
Vou deixar-vos ver o filme para depois poderem dizer-me o que acharam…
se gostaram ou se odiaram…
Kirstine Hupfeldt Nielsen (11.º E
CINEMA: O PODER DO CÃO
Há 2 anos
Italiano para Principiantes
ResponderEliminarFoi muito interessante... uma realizadora dinamarquesa que segue um modelo que busca alcançar uma simplicidade fílmica e um argumento de histórias banais de gente banal... o poder é todo do cinema que as torna personagens tão especiais que nelas nos vimos a reconhecer... gente esquisita os dinamarqueses, mas no fundo pessoas como todos nós, essencialmente humanos, que se juntam para escaparem à opressão e à sordidez do cotidiano.
O filme resulta tão bem na sua simplicidade que se vai o preconceito: em princípio não me agrada muito que um criador arranje um espartilho onde caiba a sua criação e não saia disso... a não ser como experimentação, como exercício de estilo, como oposição e contestação a outros modelos esteriotipados. É o caso. Este é um filme sem aparatos nenhuns: camera fixa, sem cenários, sem efeitos especiais, despojado de adereçoso, sem cenários nem banda sonora, o contrário das grandes produções americanas.
Simples e real com um humor ambíguo, por vezes difuso, cortante, desconcertante, imoral,tratando a morte com mais ligeireza do que a vida. A ideia da escolha das aulas de italiano para principiantes é e e não é aleatória... por um lado o italiano é como se viesse por um pouco de sal na vida daquelas personagens, o italiano é a paixão, as emoções à flor da pele, a espontaneidade que faltava às suas vidas; mas, por outro lado as aulas de italiano podiam ter sido de outra coisa qualquer, desde que cumprissem a função de fuga libertadora que lhes permitiu enfrentar a rotina e encontrar a forma de cada um se compensar dos desgostos da vida.
As aulas de italiano é que foram unindo aquele grupo de pessoas e os pares amorosos foram-se formando, buscando um pouco de amor e felicidade para atenuar aquelas vidas algo sórdidas. Personagens dominadas numa primeira fase por relações familiares opressoras com personagens que vão morrendo umas atrás das outras, elas vão-se libertando, procurando alcançar no outro alcançar uma felicidade que até aí não tinham
Estou a ver que por este andar vai ser difícil não gostar de um filme que passe neste clube. E é um privilégio chegar a um filme e ter o trabalho de casa todo ali de mão beijada, antes e depois da visualização do filme. Isso ajuda bastante a estarmos todos mais atentos a todos os pormenores.Obrigada a todos e em especial ao professor Francisco Morais que é incansável.
Por motivos que desconheço desapareceu o texto crítico da Kirstine que eu coloquei na 4ª feira à noite. Por isso, volto a colocá-lo...
ResponderEliminarNo dia seguinte a Paula Montez fez um comentário ao filme que também desapareceu...
Dado que eu recebo os comentários no meu mail vou voltar também a colocá-lo.
Italiano para Principiantes
ResponderEliminarFoi muito interessante... uma realizadora dinamarquesa que segue um modelo que busca alcançar uma simplicidade fílmica e um argumento de histórias banais de gente banal... o poder é todo do cinema que as torna personagens tão especiais que nelas nos vimos a reconhecer... gente esquisita os dinamarqueses, mas no fundo pessoas como todos nós, essencialmente humanos, que se juntam para escaparem à opressão e à sordidez do cotidiano.
O filme resulta tão bem na sua simplicidade que se vai o preconceito: em princípio não me agrada muito que um criador arranje um espartilho onde caiba a sua criação e não saia disso... a não ser como experimentação, como exercício de estilo, como oposição e contestação a outros modelos esteriotipados. É o caso. Este é um filme sem aparatos nenhuns: camera fixa, sem cenários, sem efeitos especiais, despojado de adereçoso, sem cenários nem banda sonora, o contrário das grandes produções americanas.
Simples e real com um humor ambíguo, por vezes difuso, cortante, desconcertante, imoral,tratando a morte com mais ligeireza do que a vida. A ideia da escolha das aulas de italiano para principiantes é e e não é aleatória... por um lado o italiano é como se viesse por um pouco de sal na vida daquelas personagens, o italiano é a paixão, as emoções à flor da pele, a espontaneidade que faltava às suas vidas; mas, por outro lado as aulas de italiano podiam ter sido de outra coisa qualquer, desde que cumprissem a função de fuga libertadora que lhes permitiu enfrentar a rotina e encontrar a forma de cada um se compensar dos desgostos da vida.
As aulas de italiano é que foram unindo aquele grupo de pessoas e os pares amorosos foram-se formando, buscando um pouco de amor e felicidade para atenuar aquelas vidas algo sórdidas. Personagens dominadas numa primeira fase por relações familiares opressoras com personagens que vão morrendo umas atrás das outras, elas vão-se libertando, procurando alcançar no outro alcançar uma felicidade que até aí não tinham
Estou a ver que por este andar vai ser difícil não gostar de um filme que passe neste clube. E é um privilégio chegar a um filme e ter o trabalho de casa todo ali de mão beijada, antes e depois da visualização do filme. Isso ajuda bastante a estarmos todos mais atentos a todos os pormenores.Obrigada a todos e em especial ao professor Francisco Morais que é incansável.
Este comentário foi colocado pela Paula Montez
Obrigado pela referência que me é feita Paula.
ResponderEliminar"Quem corre por gosto não cansa..."
Este projecto é uma das minhas últimas paixões que desenvolvo em parceria com o meu amigo José Pacheco, a minha amiga Madalena Fernandes e todos os meus amigos alunos cinéfilos que nos acompanham vai fazer 3 anos.
Faço uma referência especial (por ordem alfabética) ao André Jorge, André Vieira, João d´Éça e João Sacramento). Sem esquecer os alunos cinéfilos mais jovens que vão dar continuidade ao Clube.
Agora passámos a ter o privilégio de ter também a presença de alguns pais que têm dado um excelente contributo e que esperamos que permaneça...
Por isso obrigado Paula e Luís.
Divagações da mente em férias
ResponderEliminarConheci este filme no clube de cinema. Foi apresentado pela Kirstine Nielsen do 11º ano em Maio de 2011 e gostei imenso. O filme de Lone Scherfig (dinamarquesa) é de apresentado como uma comédia romântica (!!??). A música recorrente é de “La Bohéme” de Puccini, principalmente a ária (valsa) de Musette. Mas só agora reparei que as referências operáticas não se ficam por aqui.
Os nomes das personagens femininas são também ligados à ópera. Carmen (Bizet) é sedutora, aparece sempre vestida de vermelho e negro; Olímpya (a boneca dos contos de Hofman) é bonita, desajeitada e limitada; Júlia pode ser a romântica Julieta (Romeu e Julieta de Gounot).
O tema da(s) história(s) tem também muito da ópera clássica. Não no cliché da riqueza e ostentação do espaço, da encenação e do público da época, mas nos dramas do libreto. Vidas torturadas procuram a redenção e felicidade pelo amor, desfechos trágicos, revelações surpreendentes, o filme acolhe tudo isso. Não sei muito de ópera mas as que conheço são assim. Coincidência? Talvez não.
Qual o sentido destas ligações à ópera? Afinal trata-se de um filme feito segundo o Dogma 95, movimento cinematográfico proposto pelos cineastas dinamarqueses: Thomas Vinterberg e Lars von Trier, em 1995, na Dinamarca) com regras espartanas para a realização de filmes, afastando tudo o que seja artificialismos. A ópera é a antítese de tudo isso: a trama, a música, a encenação, as vozes, tornam a ópera um espetáculo de elaborada criação humana, E se… fosse uma brincadeira? Será possível fazer uma “ ópera”, respeitando as regras do Dogma 95? Vamos brincar às contradições? Se assim for, o que resta da ópera? Os sinais que detetei?
Atenção porque o trailer em Inglês tenta classificar este filme por modo a atrair o pessoal das comédias românticas com um conjunto de frases feitas que só visto. Só o japonês apresenta, a meu ver, imagens que são importantes na história. Bom, por “pessoal das comédias românticas” quero apenas dizer os que procuram um filme “leve que os faça rir”. E o filme não é uma comédia, nem é romântico. Não sei classifica-lo e isso é exatamente um dos objetivos do dito Dogma.
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=Oop_2jnl-sk
Mais uma vez obrigado pela proposta Kirstine.