Mais um filme. Mais uma discussão. É verdade, o nosso Clube de Cinema só parou (não totalmente porque o Eça nunca deixou este blog morrer) nas férias e este ano já voltou em grande. Ainda nem passou um mês desde o início deste ano lectivo, e já foram projectados na nossa pequenina e modesta sala "Cinema Paradiso", "Os Diários de Che Guevara" e "West Side Story".
Apresentado pelo nosso pseudo-político wannabe (entenda-se André Jorge), o filme de hoje foi "Sicko", de Michael Moore, um fantástico documentário sobre o sistema de saúde norte-americano. Já que querias tanto saber a minha opinião sobre o filme, André, digo-te com toda a sincerade que gostei bastante. Já conhecia Michael Moore de nome mas este foi o primeiro filme do realizador que vi. Podem chamá-lo de gozão, provocador, exagerado, parvo, o que quiserem, mas eu gostei imenso do tipo.
Porque é que gostei do filme? Bom, em primeiro lugar posso começar por dizer que este é um dos meus géneros de filme favoritos. Desde que o tema abordado seja interessante, eu adoro todos os documentários em geral. É claro que estou mais habituado aos documentários do Odisseia ou do Discovery Channel sobre a vida selvagem, a vida marinha, o ambiente. Em geral, prefiro os temas que nada (ou quase nada) têm a ver com os humanos mas sim com a Natureza e o nosso planeta. Seja como for, existem muito outros documentários sobre outros temas interessantíssimos. Infelizmente, a vida não se resume apenas a contemplar as maravilhas da Natureza, a beleza dos seres vivos e da Terra.
Em segundo lugar, porque aborda um grave problema do qual eu já tinha alguma ideia, mas não a esta escala. De facto, é muito mais grave do que eu imaginava. Faz-me confusão como é que pode existir uma situação destas num país tão desenvolvido do ponto de vista económico como os EUA (mais uma prova de que o dinheiro não é tudo). De qualquer forma, tenho total confiança em Barack Obama e acredito que ele ainda vai mudar isso. Vai custar, mas ele há-de conseguir. Em terceiro lugar, porque me faz sentir orgulhoso do meu país. Os portugueses têm o hábito de dizer mal de tudo o que é português. Tudo está mal. Não há nada de positivo. O nosso país é uma merda. Ora se compararmos a situação de Portugal com alguns casos com este, sentimo-nos (pelo menos falo por mim) uns sortudos. Apesar de a maioria dos portugueses ignorantes não o verem, Portugal tem vindo a evoluir muito nos últimos anos e é bastante desenvolvido em inúmeros aspectos em relação a muitos outros países do mundo. E podem ter a certeza que essa evolução não se deu graças às pessoas que passam a vida a dizer mal de tudo, mas sim graças às pessoas com força de vontade que acreditam e que fazem algo por mudar e melhorar. Enfim, não é suposto este post ser um discurso político...
Em quarto e último lugar, resta-me dizer que este filme despertou algo em mim. Ou melhor, intensificou algo que já existia em mim. Na minha família, o historial de médicos é longo. Sempre tive bastantes médicos na família e por isso, desde pequeno que senti um certo fascinío por esta profissão. Hoje apercebi-me a 1oo% do maravilho que é ser médico. Acho que não existe nada mais gratificante na vida de uma pessoa do que poder ajudar os outros a cuidar da sua saúde e ajudar a curá-los quando estão doentes, ajuda-los a ultrapassar e vencer as doenças, a serem felizes. Sim, porque não existe nada mais importante para a felicidade de um ser humano do que a sua saúde.
Ainda bem que expressaste a tua opinião sobre o filme que vimos hoje. Hoje não ouvi a tua voz durante a discussão e senti a falta da tua opinião. É para isto que também serve este espaço: para poder continuar a discussão do filme da semana. Agora falta a participação do Vasco, do Ruben, da Mónica...
ResponderEliminarContinuo à espera do post do André Jorge com o excelente texto do folheto do "Sicko"...
ResponderEliminarA propósito, o que se passa com o Filipe Valadas?
ResponderEliminarNão deixo de assinalar - porque me parece positivo e interessante -, que o documentário que estimulou o André a regressar ao blogue, este mesmo André que se assume como alguém que «detesta» a política, seja um documentário tão forte e impressionantemente político.
ResponderEliminarTalvez nem tudo seja político. (Os da minha geração pensavam e diziam que TUDO É POLÍTICO). Mas que, pelo menos, há, em tudo, nem que seja um caroçozinho político, lá isso...!
enganas-te andré, o mais importante é o dinheiro.
ResponderEliminarSim Eça, sem dinheiro não se pode ser feliz em profissão alguma. É chato, mas é assim. Só espero não acabar a arrumar carros :O
ResponderEliminarOra viva André! O teu comentário sobre o sicko chama a atenção ( ou relembra) que o estilo documentário tem tantas possibilidades artisticas como qualquer filme de longa metragem. E de facto embora nunca tenha visto este documentário em particular, já vi o Bowling for Columbine do mesmo realizador e o estilo em que ele é apresentado tem tanto a ver com outros documentários de consumo rápido (como os do canal Discovery, para utilizar a tua comparação) como a noite está para o dia. Sem demérito para qualquer um dos dois, mas o seu objectivo, estilo de apresentação e publico alvo (por que não?) é diferente.
ResponderEliminarJá agora, acho bastante interessante o programa do clube de cinema este ano, sobretudo a variedade em termos de género dos filmes a que assistiram, desde musicais, dramas e documentários. E pelo que vi no site da escola, à data do meu comentário, já fizeram uma visita ao docLisboa! Mas estou curioso: qual foi o tema que escolheram para estas primeiras semanas?