Quanto ao resto da cerimónia... enfim... Bah! Tal como eu previra O Laço Branco (o melhor filme do ano na minha humilde opinião) não recebeu óscar por ser a preto e branco (e ganhou um filme argentino de que ninguém ouvira falar ainda!!!); o Tarantino foi para ali fazer figura de idiota; o Jason Reitman (tipo no mínimo criativo, original e com um sentido de humor fresco) saiu sem nada; na animação, voltou a ganhar o mais comercial (UP - filme excelente, sem dúvida, mas - e atenção - nomeado entre outros quatro filmes excelentes!); Randy Newman perdeu na categoria da canção (as canções da Princesa e do Sapo eram belíssimas); a fotografia foi injustamente vencida pelo Avatar (que de resto mereceu os outros dois prémios - efeitos especiais e direcção artística); o guarda-roupa vai, como já é hábito, para um qualquer drama histórico sem nenhum interesse especial; e o melhor documentário foi para aquela idiotice pegada dos golfinhos japoneses (como se alguém se interessasse por animais de plástico...). Quanto às categorias dos actores, não houve surpresas. Christopher Plummer (que eu considero um dos 3 ou 4 melhores actores VIVOS no mundo do cinema, continua sem ganhar nada - não que Christoph Waltz não tivesse um bom papel, mas enfim...); Sandra Bullock é uma actriz simpática que eu gosto em filmes como Miss Detective mas que não tem o estofo para desempenhos dramáticos; Jeff Bridges ganhou, finalmente! (num filme que dificilmente será o ponto alto da sua carreira - não esqueçamos o The Last Picture Show, do Peter Bogdanovich (um filme que não me importaria nada de apresentar); e a Mo'Nique (entre ela e uma tipa espanhola que nem sabe falar inglês e que já ganhou um óscar sabe-se lá como, mais vale esta rapariga saída dos guetos do Harlem mas que, ao que consta, pelo menos domina a língua em que fala).
Enfim, surpresas? Não me parece. Uma cerimónia muito fraca (momentos altos: Ben Stiller mascarado de Na'Vi - by the way, o Sacha Baron Cohen também foi convidado para gozar Avatar, mas ao que parece o seu discurso era tão "forte" que foi (des)convidado - e Steve Martin gritando a Hans Landa: "You've been looking for Jews all your life... here I am!!!), em que as personalidades que receberam óscares especiais se levantaram durante dois segundos (para abreviar a cerimónia - sim!, e depois põe um bando de actores a elogiar os nomeados com discursos que não cabem em ninguém durante dez ou quinze minutos) e uma homenagem a filmes de terror (aliás, a Academia sempre premiou muitos filmes de terror... nota-se pelo número exorbitante de óscares que o Carpenter recebeu) na qual nem apareceu o Christopher Lee num dos seus papéis como Drácula (ele e Boris Karloff são a bíblia dos actores de terror).
Enfim... são os óscares... de que é que estávamos à espera?

Post-Scriptum - pelo menos não ganhou nenhum filme sobre as favelas indianas com miúdos malcheirosos a aldrabarem concursos de televisão...
Então, o Christopher Waltz sempre recebeu o Óscar. Sinceramente, desejei que isso acontecesse - e o Eça, muito céptico relativamente à instituição, garantia-me, na altura, que difilmente tal poderia ocorrer. Não se tratava de uma profecia minha, mas da expressão sincero de um desejo. Waltz foi absolutamente brilhante Sem Sacanas sem Lei. Mudando de assunto, Eça: muitos parabéns!
ResponderEliminarJá não me lembro quem foi que disse (Marlon Brando ou George C. Scott) que "os oscars não eram nada mais que um festival de carne". Por tanto existe discenção, mesmo no seio de Hollywood, desde á já algum tempo. Não é nada de novo. Citações mediaticas á parte, a cerimonia é, ao fim e ao cabo, um festival composto por um juri com os seus próprios gostos, que a imprensa consegue mediatizar com objectivos que não passam exclusivamente pelo mérito artistico. Ainda assim, de quando em vez lá vão coincidindo com as nossas preferências (que já percebi, é o caso para vocês com o Christopher Waltz). Mas sem grandes preocupações. A grande mediatização do publico por vezes tem efeitos retroactivos que contrariam aquilo que consideramos as injustiças da academia. João, achas que seria necessário um oscar para reconhecer as contribuições de Christopher Lee ou Max Schrek nas suas interpretações do vampiro imortal? Eu não.
ResponderEliminarvenho por este meio covidar-lhe a patrocionar o meu blog no seu sendo que farei o mesmo no meu, ficaremos os dois a ganhar!!!
ResponderEliminarcontacto:blog.starstarwars@gmail.com