terça-feira, 15 de maio de 2012

Novamente Paris, Texas

Finalmente um pouco de tempo para poder reflectir sobre algumas questões colocadas pelo José.

As discussões, infelizmente, em alguns casos, não servem mesmo para convencer o outro. Esta iniciou-se, aliás, no momento em que o José para defender o seu ponto de vista sentiu necessidade de discordar da minha opinião.

Relembro: "o que acho é que «aquela história» tem um peso que não é independente do espaço, mas, em grande medida, condicionado por aquele espaço, aquela vastidão (horizontal e vertical);" Depois, repito também, suponho também ter ouvido no debate que “aquela é tipicamente uma história americana” e como tal não concordando comigo que afirmei “ser uma história universal”.

E esta é verdadeiramente a nossa discordância. Continuo a pensar que aquela história tem um peso que não depende do espaço. Poder-se-ia passar em Paris, em Portugal ou no Texas. Seriam evidentemente outras paisagens. Outras músicas. Outras pessoas. Outras culturas. Outros filmes. Mas o essencial manter-se-ia: uma belíssima história de amor. Que poderia resultar (ou não) também num grande filme.

Quanto aos ditos “pormenores” do filme, esses claro, com uma ligação directa com o espaço onde se desenvolve a história eu nunca afirmei que não os admirava também. E incomoda-me que a discussão esteja a ser conduzida para esta vertente quando no início do nosso debate o que estava em causa era outra divergência – a já citada. Aliás disse, e digo, que quando um filme consegue contar uma boa história e a sua estética de realização convive harmoniosamente, existe a possibilidade de se tratar de uma obra-prima. É a minha maneira de gostar de um filme. Por isso acho que Paris, Texas é um grande filme porque tem um excelente argumento, realização, música, fotografia, montagem e um conjunto de actores notáveis.


Há quem consiga gostar muito de um filme só pela sua inovação estética. Não é o meu caso.

1 comentário:

  1. E também não é o meu caso, em relação ao Paris, Texas. Embora, sim, em relação a outras obras. E, já agora, uma discussão não é precisamente também isto - pôr posições em confronto e, para tal, trazer à baila a perspectiva do outro, de forma a expor a discordância? Que se entenda que só nessa medida "senti necessidade de discordar" do Francisco.

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