quinta-feira, 11 de junho de 2009

George A. Romero's Dead Movies = Living Classics

















Não tenho tempo para falar agora do grande Romero, por isso detenho-me apenas nos seus filmes de zombies. Em 1968, com Night of The Living Dead, Romero criava um novo género de filmes de horror - o dos mortos-vivos. Desde aí, realizou mais quatro filmes sobre zombies. Desses filmes, três funcionam como sequelas do original, enquanto o mais recente (Diary of the Dead) traz uma nova imagem do início da praga dos mortos-vivos. Actualmente, ele encontra-se a trabalhar numa sequela desse filme. Por enquanto, o título é ...of the Dead. As minhas expectativas, e as de qualquer fã de cinema, são muito altas.

O que mais interessa, no entanto, nos filmes de zombies do Romero, não são as cenas de terror ou de suspense, nem sequer aquelas incríveis e reveladoras cenas de autêntico gore que tanta gente maravilharam. É algo que nem todos entendem. A crítica ao sistema. Night of the Living Dead estreou em 1968, ano de clímax das agitações sociais em todo o mundo. Era o primeiro filme de Romero e ele não mostrava ainda nenhuma predilecção pelo género de terror. Segundo o que ele diz numa entrevista, decidiu fazer aquele filme porque era o que o orçamento lhe permitia. Então, ele usa os mortos-vivos como pretexto para satiririzar a sociedade americana.

No primeiro filme, Night of the Living Dead, ele fala sobre o racismo nos EUA. O protagonista, um negro, esconde-se numa casa quando os mortos começam a renascer. Lá, encontra Barbra, uma mulher branca que entrou em estado de choque. Desde logo que as tensões sexuais entre os dois se fazem sentir. Entretanto, surgem mais alguns personagens (brancos) que entram em confronto com o protagonista em relação à forma de defenderem a casa. Lá fora, os zombies avançam, lá dentro, as lutas raciais crescem. No final, todos morrem menos o negro. Então, ele ergue-se para espreitar para fora da casa e eis que é abatido pelos rangers americanos, que o confundem com um morto-vivo. O final, forte e quase chocante, em que um negro passa por um zombie aos olhos de um americano normal, é absolutamente fantástico.


















Night of the Living Dead - Trailer



Na sequela, Dawn of the Dead, a acção toma lugar num centro comercial. Um grupo de sobreviventes pretende abastecer-se de provisões nesse centro, mas acaba por ficar preso nele. Entretanto, um grupo de salteadores ataca o mall, e Romero mostra que nem em tempos de crise o homem se une face a um inimigo comum. Mas a maior crítica é à sociedade de consumo, já que Romero filma várias cenas em que os zombies, com algumas recordações das suas vidas anteriores, se passeiam pelo centro comercial, transportando carrinhos de compras e sacos de lojas de marca.



























Dawn of the Dead - Mall Scene



No terceiro filme, Day of the Dead, os zombies apoderaram-se completamente da terra. Num bunker subterrâneo, cientistas, militares e civis tentam descobrir a cura para o vírus dos mortos, mas a desorganização e o confronto entre uns e outros leva ao fracasso total. Romero retoma assim o tema do filme anterior, criticando a natureza do homem.























Day of the Dead - Trailer



No quarto filme, Land of the Dead, Romero fala de uma das últimas cidades humanas que se mantém de pé. Esta encontra-se protegida com todo o tipo de tecnologia e defesas naturais, mas mesmo assim os zombies atacam. Nesta cidade, os ricos vivem em apartamentos luxuosos, afastados do resto da população, uma maioria paupérrima e desgraçada, que trabalha sem descanso para alimentar os ricos. Mesmo no meio do caos, o homem criou uma sociedade desigual e injusta, em vez de se unir e enfrentar o mal comum. Romero explora também, e pela primeira vez, os direitos dos zombies. Na cidade, os zombies são usados em combates de luta-livre e alguns são aprisionados para as pessoas tirarem fotos. No filme, percebemos também que os mortos cada vez ganham mais inteligência e se assemelham aos vivos, e é-nos colocada a seguinte questão: não terão os mortos tanto direito à terra quanto nós? E mais, havendo 480 zombies por cada 1 ser humano, não terão eles mais direito até do que nós?















Land of the Dead - Trailer



O quinto filme, que regressa ao início, relatando o surgimento da praga, chama-se Diary of the Ded, e critica os media e a forma como eles manipulam a sociedade. Durante todo o filme, percebemos como os media apenas conseguem assustar as pessoas ao transmitir-lhes as notícias do renascer dos mortos, em vez de as prevenirem e ajudarem. No filme, um grupo de estudantes de cinema decide por isso filmar ele próprio a realidade à sua volta.













Diary of the Dead - Trailer



Espero a sequela!

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