“(...) Discutir os gostos do outro não é desconsiderá-lo - pelo contrário, é valorizá-lo, e querer entendê-lo, é abrir um debate que, depois de aberto, pode levar a muitas novas conclusões, do outro ou de mim próprio.
Tentar convencer o outro de que o meu gosto é mais "gostoso" também não tem nada de mal, desde que eu o faça com argumentos e diálogo, num processo que me leva a ouvir também o que ele tem para me dizer dos seus próprios gostos. (...)
Joaquim Fidalgo
"Público" 15 Fev. 2006
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Para celebrar (ou não, conforme as opiniões) o meu regresso ao blogg (depois daquilo a que a nossa amiga Mónica intitulou como: "Tempestade!!!")
Mel Brooks, um tipo às direitas
Aqui, no blogg, já se falou de Jerry Lewis, Peter Bogdanovich, Irmãos Marx, Monty Python, Ed Wood, Star Trek, Little "Big" Sunshine, Odisseia no Espaço 2001 e outras comédias absurdas e/ou hilariantes. Por isso, aproveito agora para falar de um outro realizador que ainda não foi mencionado, mas que nem por isso deixa de ser muito importante. Melvin Kaminsky - ou Mel Brooks, como os fulanos de Hollywood preferiram. De origem polaca, este realizador fez carreira nos EUA como realizador, músico e actor de filmes de comédia. Tendo realizado alguns filmes que eu considero serem bastante bons, deixou-se em alguns casos levar também pelo grosseiro (que, a meu ver, reduz bastante a qualidade das obras). Ao contrário do que fiz noutros posts, irei falar mais particularmente dos seus filmes, deixando imagens e vídeos hilariantes.
Filmografia (por ordem cronológica):
The Producers (1968), a famosíssima sátira que conta a história de dois produtores da Broadway que querem levar ao palco a pior peça de sempre, com os piores cenários e actores de sempre, pretendendo com isso fugir aos impostos e acabar ricos. A peça escolhida é uma glorificação de Hitler e do Terceiro Reich, escrita por um antigo membro do partido nazi alemão. Mas os planos acabam por correr mal e a peça é um imenso sucesso...
THE PRODUCERS - SPRINGTIME FOR HITLER SCENE
The Twelve Chairs (1970), a história de um nobre russo que perde toda a fortuna durante a revolução de 1917, mas que consegue esconder uma fortuna em jóias dentro de doze cadeiras. O filme conta as desastrosas (e cómicas!) tentativas do nobre e do seu fiel criado de as recuperarem, mas os planos, obviamente, não correm de acordo com o planeado.
Blazzing Saddles (1974), um retrato nu e cru do oeste americano, em que o protagonista é um cowboy negro que, entre outras aventuras, é perseguido pelo Ku Klux Klan. O filme possui alguns momentos engraçados, mas há alguns gags que falham redondamente.
Young Frankenstein (1974), na minha opinião o melhor filme de Mel Brooks (e, curiosamente, dos poucos em que ele não entra como actor). O filme ridiculariza as obras de terror americanas, nomeadamente o Frankenstein (James Whale). Com algumas interpretações fantásticas.
YOUNG FRANKENSTEIN - TRAILER
Silent Movie (1976), a história de um realizador falhado que pretende restaurar o seu sucesso com uma ideia inovadora: fazer um novo filme mudo em plena década de setenta. Conta com actores como Paul Newman, James Caan, Marcel Marceau, Burt Reynolds, numa crítica esplendorosa ao sistema de Hollywood.
High Anxiety (1977), uma paródia aos filmes de suspense, com destaque para os filmes de Hitchcock (Vertigo, The Birds, Psycho...). O protagonista (Mel Brooks) vê-se envolvido numa falsa acusação e tem portanto que provar a sua inocência. Pelo caminho, é esfaqueado com um jornal no chuveiro, é atacado por um bando de pombos e tenta combater o seu medo das vertigens...
HIGH ANXIETY - BIRDS SCENE
History of the World, Part I (1981), história do mundo (satirizada, claro). Orson Welles é o brilhante narrador deste filme com momentos dignos de um génio, e outros completamente "secos". Destaco a cena da "Inquisição Espanhola".
HISTORY OF THE WORLD, PART I - THE SPANISH INQUISITION SCENE
Spaceballs, o pior filme de Brooks (1987), que tenta (sem sucesso) parodiar os filmes de ficção científica, como Star Wars e Alien.
Life Stinks (1991), uma das mais engraçadas comédias de Brooks, em que um milionário é vigarizado pelos seus empregados e tem que ir viver para as ruas, juntamente com os mendigos... É das poucas obras suas que mantém uma lógica integral (não a dividindo muito em gags, como os Monty Python).
LIFE STINKS - TRAILER
Robin Hood: Men in Tights (1993), caricatura da idade média e das histórias dos cavaleiros galantes. Possui alguns momentos engraçados.
Dracula: Dead and Loving It (1995), com Leslie Nielsen no papel principal. Um filme bastante cómico que satiriza de novo os filmes de terror. Último filme de Brooks (para pena minha).
DRACULA - ALMOST DEAD SCENE
É também de destacar a influência de Brooks na realização do filme To Be or Not To Be (1983), remake da comédia de Lubitsch. Brooks pretendia, na altura, gozar à grande e à francesa com o Hitler e tinha pensado fazê-lo com o filme History of The World, Part II. Mas viu então o filme original (1942) e achou que nenhuma obra conseguiria ridicularizar tanto o grande ditador. Por isso, decidiu "remakar" o filme e confiou o projecto a outro realizador (sabe-se lá porquê!). O que é certo é que o filme, embora não superando o original (como é óbvio!), não deixa de ser muito divertido.
Brooks colaborava frequentemente com os mesmos actores, incluindo a sua mulher Anne Bancroft, Dom de Luise, Madeline Kahn, Gene Wilder, Marty Feldman, Cloris Leachman e outros.
Em 2005 foi feito um remake do seu filme The Producers, também ele bastante bom.
E pronto, eis a History of Mel Brooks, Part I (e, podem ter a certeza, também não farei uma part II)!
Posso emprestar o The Twelve Chairs, Young Frankenstein, Silent Movie, High Anxiety, History of The World, Part I, To Be Or Not To Be, Spaceballs e o Life Stinks!
Em primeiro lugar, parabéns pelo regresso. Garanto-lhe que fico satisfeito, e espero que este episódio tenha servido para alguma coisa. Em segundo lugar: de todos os filmes que refere, os de que mais gostei foram Young Frankenstein, que considero hilariante, nomeadamente graças ao papel cómico-tenebroso de Martin Feldmann, e High Anxiety. Não me importava nada de os rever. Quanto a The Producers: vi-o uma primeira vez, e ri-me bastante, mas vi-o uma segunda e uma terceira e, confesso que à terceira já o principiava a achar um bocadinho gasto...
Também quero saudar o teu regresso. Fico contente por saber que o nosso Clube vai poder voltar a contar com a tua contribuição que vai com certeza ser valiosa e positiva.
Relativamente ao Mel Brooks, suponho que o 1º filme que vi foi o "Balbúrdia no Oeste" (Blazing Saddles) em 1976 e por essa altura este autor era muito conhecido e as sessões com os seus filmes esgotavam-se muito facilmente. Afinal depois de consultar a minha papelada de registo de filmes (tu não fazes esse registo também?) percebo que vi em 1973 “O Falhado Amoroso” que acho que foi o título que foi dado na altura para “The Producers” (tradução perfeita n´é?). Depois vi mais tarde em 1978 “O Frankenstein Júnior” (Young Frankenstein) e o Alta Ansiedade (High Anxiety) que aliás são os filmes que me recordo ter gostado mais.
Já agora está na hora de alguém falar um pouco também de Jacques Tati. Quem dá o primeiro passo?
Só depois de ver as férias do sr. hulot é que me lembrei o quão secante o jacques tati é. a comédia dele é uma espécie de chaplin francês dos anos 50, infantil e ultrapassado. depois de ver esse filme revi o little big man (arthut penn), um drama/comédia sobre os índios americanos e a batalha de little bighorn e ri-me mais do que com o tati. curioso, não é? por isso, não me parece que ele mereça um post, mas cada um sabe de si. gostas mesmo dele, beast?
Posso emprestar o The Twelve Chairs, Young Frankenstein, Silent Movie, High Anxiety, History of The World, Part I, To Be Or Not To Be, Spaceballs e o Life Stinks!
ResponderEliminarEm primeiro lugar, parabéns pelo regresso. Garanto-lhe que fico satisfeito, e espero que este episódio tenha servido para alguma coisa.
ResponderEliminarEm segundo lugar: de todos os filmes que refere, os de que mais gostei foram Young Frankenstein, que considero hilariante, nomeadamente graças ao papel cómico-tenebroso de Martin Feldmann, e High Anxiety. Não me importava nada de os rever. Quanto a The Producers: vi-o uma primeira vez, e ri-me bastante, mas vi-o uma segunda e uma terceira e, confesso que à terceira já o principiava a achar um bocadinho gasto...
Também quero saudar o teu regresso. Fico contente por saber que o nosso Clube vai poder voltar a contar com a tua contribuição que vai com certeza ser valiosa e positiva.
ResponderEliminarRelativamente ao Mel Brooks, suponho que o 1º filme que vi foi o "Balbúrdia no Oeste" (Blazing Saddles) em 1976 e por essa altura este autor era muito conhecido e as sessões com os seus filmes esgotavam-se muito facilmente. Afinal depois de consultar a minha papelada de registo de filmes (tu não fazes esse registo também?) percebo que vi em 1973 “O Falhado Amoroso” que acho que foi o título que foi dado na altura para “The Producers” (tradução perfeita n´é?). Depois vi mais tarde em 1978 “O Frankenstein Júnior” (Young Frankenstein) e o Alta Ansiedade (High Anxiety) que aliás são os filmes que me recordo ter gostado mais.
Já agora está na hora de alguém falar um pouco também de Jacques Tati. Quem dá o primeiro passo?
Jacques tati! Já estive para falar, mas deixo a quem sabe mais...prefiro aprender neste momento :D
ResponderEliminarAinda no último fim-de-semana comprei Les Vacances de Monsieur Hulot (1953), na Fnac a um preço acessível.
ResponderEliminarEu tenho cá em casa esse , Mon Oncle e Jour de Fête. Por acaso é pena não me ter lembrado, poderia ter levado para a partilha. Fica para a próxima!
ResponderEliminarSó depois de ver as férias do sr. hulot é que me lembrei o quão secante o jacques tati é. a comédia dele é uma espécie de chaplin francês dos anos 50, infantil e ultrapassado. depois de ver esse filme revi o little big man (arthut penn), um drama/comédia sobre os índios americanos e a batalha de little bighorn e ri-me mais do que com o tati. curioso, não é? por isso, não me parece que ele mereça um post, mas cada um sabe de si. gostas mesmo dele, beast?
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