Eu explico. Na confusão da arrumação das papeladas e depois de verificar se tudo fica ok na sala 44, este filme entrou na minha mala sem que eu tivesse decidido aceitá-lo. Depois das nossas “Partilhas Cinéfilas” ele sobrou. Isto é, ninguém o levou e eu fiz aquilo que se faz àqueles cachorros abandonados, leva-se para casa e espera-se que o dono apareça (quando aparece…).
Ao dizer isto não quero dizer que não gostaria de o ver nem que tivesse qualquer tipo de preconceito contra este realizador que anos mais tarde realizaria “Chocolate”. Acho que já passei essa fase. No entanto o facto de esta edição de DVD não ter legendas em português, era com certeza um contra. Mas ele estava ali em cima da mesa à minha espera, tal qual aqueles cachorros que olham para os humanos e imploram com o olhar: “não me fazes uma festa?”
Enchi-me de coragem, liguei o vídeo, coloquei as legendas em inglês para funcionarem como bengala e dei por mim a fazer outro tipo de caminhada (igualmente boa para o coração…).
Este passeio ao lado da brilhante interpretação do ainda jovem Leonardo di Caprio, do já seguro Johnny Depp e a história de amor entre estes dois irmãos tocou-me do princípio ao fim do filme. Paralelamente a forma elegante como o realizador nos convida a descobrir as relações e os problemas daquela família nas duas horas de filme, deixaram-me fascinado e dei comigo a usufruir das vantagens que os homens têm de também ter o cromossoma X…
No final fiquei feliz por ter aceite este convite inesperado do acaso e de ter conseguido resistir ao preconceito que por vezes temos tendência a impor a nós próprios.
Às vezes, estes são os melhores momentos da vida.
Estou aberto à partilha do filme!
ResponderEliminarEça, o dono do "cachorro" (filme "What’s Eating Gilbert Grape?")é o João Sacramento. Eu hoje entreguei-o ao dono mas tu ainda não tinhas chegado à sala 44. Pede-lhe pois o João tem essa excelente qualidade que é adorar partilhar.
ResponderEliminarQualidade essa que pela observação do teu comentário ao teu post tu também tens. Por isso eu também me candidato a rever o Alta Ansiedade (High Anxiety) que vi em 1978 suponho que no cinema Londres (que felizmente ainda resiste).
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