quinta-feira, 14 de maio de 2009

O FILME QUE NÃO APRESENTAREI

No filme apresentado ontem no Clube de Cinema, o apresentador, João d'Eça, referia o que lhe parecia a debilidade intrínseca do argumento original: mas também explicou como, do seu ponto de vista, esse argumento, mesmo desinteressante, era um elemento incapaz de reduzir a grandeza e o poder da realização feita por um génio.

O filme que decidi não apresentar - por economia de tempo - mas que, se tivesse de o fazer, escolheria como «um filme da minha vida», é um exemplo contrário.

Vi-o, pela primeira vez, há já muitos anos: não creio que tivesse uma realização primorosa. Não o recordo pelos planos, pelos enquadramentos, pelas soluções, pela arte de tornar visíveis as situações que desenham a história; recordo-o pela própria história. Unicamente. Aliás, neste caso, a realização terá algum mérito: há-de ser suficientemente boa para conseguir a eficácia, ou seja, para, mantendo-se discreta, nunca se mostrando a si mesma, encontrar os meios justos para dar a ver uma história intensa e inesquecível.

Por outro lado, descubro nele um actor que nunca mais encontrei tão convincente, tão perfeitamente adequado ao papel, aqui, a dificílima representação de um jovem deficiente mental. Leonardo DiCaprio, que se viria a tornar o canastrão que hoje conhecemos dos mais variados blockbusters, revela, retrospectivamente, o que poderia ter vindo a ser como actor se não se tivesse perdido pelo caminho...

Quanto a Johnny Depp... palavras para quê, hein, João Darko?

3 comentários:

  1. Desde o início do nosso clube de cinema que se tem falado bastante neste filme, o que já começa a despertar em mim uma grande curiosidade.
    Este ano decidi adoptar uma postura em relação ao cinema, que embora possa não ser a mais correcta, me tem facilitado a vida na escolha dos filmes. Decidi que apenas quero ver os grandes filmes. Filmes medianos? Não. Filmes bons? Não, obrigado. Apenas quero ver filmes que sejam realmente muito bons. Isto porque hoje em dia se fazem filmes a torto e a direito, quase por moda. Saem filmes a toda a hora e eu não tenho tempo para todos. Prefiro, portanto, ver filmes que me aconselham, ou seja, filmes que alguém (em cujo gosto eu confie minimamente) considere uma obra-prima ou o seu filme favorito.
    E se este é um dos filmes favoritos do professor José, é com certeza ou filme a ver.

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  2. Leia-se "um" em vez de "ou" na última linha do texto.

    PS: Acho que nunca escrevi repeti tantas vezes a palavra "filmes" num texto com meia dúzia de linhas :\

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  3. André, ao contrário de ti, eu tomei uma decisão: Vou ver todos os filmes que puder, sejam bons ou maus. Quero é enriquecer, acabar com preconceitos. Até porque já me aconteceu muitas vezes dizerem "Este filme é realmente mau" e eu vou ver e é bom.

    Quanto ao Gilpert Grape, é verdade, temos ouvido falar tanto deste filme que é impossivel não ter curiosidade para o ver.

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