Morreu hoje o senhor João Bénard da Costa, o último presidente da Cinemateca Portuguesa, com a idade de 74 anos, vítima de cancro. Um dos seus filmes favoritos, Johnny Guitar (Nicholas Ray), vai ser passado na Cinemateca amanhã, pelas nove e meia, como forma de homenagem. A entrada é gratuita, mas o filme, sinceramente, não é grande coisa. Em relação a ele, com todas as suas qualidades e defeitos, não deixou de ser uma grande figura do nosso tempo (sem dúvida, se o compararmos aos heróis de hoje em dia - Cristiano Ronaldo, Lili Caneças, Merche Romero). Estudou o cinema como poucos o fizeram em Portugal e conheceu as figuras mais ilustres desse mundo fabuloso, de actores a realizadores, argumentistas a fotógrafos. Pessoas que nós só conhecemos de nome (embora eu tenha visto a Claudia Cardinale e outros em homenagens da Cinemateca). Resumindo, era um crítico bastante bom e escreveu textos muito interessantes. No entanto, era péssimo actor e arruína (ou antes, ajuda a arruinar) os últimos filmes do Manoel de Oliveira. Não se percebia nada do que ele dizia e, por cada palavra, saíam vinte gatafunhos. E, não nos esqueçamos, levou a Cinemateca a um período de decadência. Agora que partiu, novas luzes surgem no horizonte e, espero eu, pode ser que um líder mais capaz tome conta dessa grande instituição. Mas, apesar de tudo isso, era uma figura alegre e bem-disposta e com a qual não posso deixar de simpatizar um pouco.
Como o "INFERNO É PARA OS HERÓIS", ele deve ter ido para o "CINEMA PARAÍSO".
João Bénard da Costa
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Há 2 anos
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