O Clube de Cinema, com todas as suas falhas e qualidades possíveis, tem, no entanto, um atributo inegável: o de constantemente me surpreender. Ora, a última surpresa, que me sinto inclinado a partilhar com o blogue (afinal é para isso que ele existe), foi a seguinte: descobri que havia pessoas que alcançavam um violento estado de exaustão com apenas 2 min e 50 seg de um gag hilariante. Para mim, verdade seja dita, é-me absolutamente indiferente se as pessoas alcançaram a maturidade suficiente para assistirem a obras cómicas, ou se nunca a irão alcançar. O que, de facto, não é surpreendente, é que uma pessoa que se exausta tão facilmente com uns escassos minutos de comédia Marxiana, ache piada aos saloios dos Monty Python, um dos piores grupos de comédia das últimas décadas. Ainda mais, quando aprecia gags inexoravelmente compridos e enfadonhos de um Chaplin cabotino e pretensioso, onde a única coisa que o salva é um Buster Keaton convidado, que o primeiro pretende ultrapassar, mas que nunca foi capaz de o fazer. E por mais películas que Chaplin mandasse queimar, e contratos que anulasse, e actores que despedisse, nunca conseguiu passar do mesmo estilo infantil e primitivo de comédia dos anos vinte, mesmo aquando do seu último filme, quase na viragem para os anos 70. Enfim, penso que fiz valer o meu ponto de vista, mas nem por isso deixo de esperar uma resposta a esta anotação e, com alguma sorte, pode ser que me surpreenda um pouco mais.
Esta foi, de longe, a coisa mais triste que já vi nos últimos tempos. Não digo mais nada...
ResponderEliminarAcho que fiquei "exausto" só de ver isto
ResponderEliminar"saloios e inoriginais Monty Python, um dos piores grupos de comédia das últimas décadas." Não sabes o que dizes rapaz! Gostos discutem-se, mas vejo aí muita revolta que não consigo perceber porque não sei bem do que falas, a quem falas, se era suposto ser para mais do que uma pessoa ou não, se tinha algum objectivo além do de afirmar que os Marx são bons e o resto não é bom... Agora uma coisa é certa, é que a forma como falas dos outros artistas dá ideia que nunca tentaste sequer gostar deles. Espero que proves o contrário, claro que ninguém te obriga a não teres preconceitos. Mas então quando argumentares em vez de o fazeres recorrendo a nomes insultuosos e a um modo raivoso, fá-lo desprovido de pretensões para que dê para compreender melhor o que realmente não gostas neles. Se for só mesmo serem "saloios" e "inoriginais", então peço desculpa.
ResponderEliminarAcho que a ideia do blog não é esta Eça. Tens todo o direito a dar a tua opinião (e é para isso que ele serve) mas esta não é uma acção inteligente para uma pessoa que considera um crânio - a inteligência em pessoa. Já tens idade para perceber que aquilo que tu achas e que defendes não é necessariamente aquilo que está correcto e que os outros são uns parvalhões...
ResponderEliminarAi, ai, ai. Vamos lá ver por partes:
ResponderEliminar1. Em primeiro lugar, supreendido - e surpreendente - cinéfilo, eu não disse que o gag dos irmãos Marx me tinha cansado; «exaustivo», amigo «Crânio», não é exactamente o mesmo que «cansativo»: significa somente que se trata de um gag que explora (e espreme) uma situação durante todo o tempo possível. Mas parece-me, sobretudo, que no meu texto ficava claro que eu GOSTO dos irmãos Marx e GOSTO do gag em causa: só estava a tentar mostrar que a sua relativa extensão - e, obviamente, tudo é relativo - não lhe retira a eficácia; só estava a tentar provar que, até nos irmãos Marx, o humor não vive única e exclusivamente da intensidade da rapidez...
2. A questão da maturidade tem também muito que se lhe diga. Para se falar da maturidade em matéria humor seria preciso desenvolver um humor autónomo e despreconceituado, menos dependente de referências e de clichês; seria preciso abertura para descobrir que, muitas vezes, no que eu critico e não aceito, pode haver algo que me escapa.
3. E para contra-argumentar... ajuda ter percebido - ou tentado perceber - o que o outro realmente disse: se não, é uma conversa de surdos!