domingo, 24 de maio de 2009

Encontrar um significado?

Enquanto estava hoje de manhã a visitar o blogg, deparei com um "post" de 10 dias atrás que me chamou à atenção e me leva invariavelmente, outra vez, a comentar sobre a sessão desta quarta feira. Sobretudo porque apesar de ser a minha opinião de que existe de facto uma interpretação possivel e um significado a retirar daquelas duas horas e quarenta de filme, um dos temas que surgiu (e que eu acho bastante interessante) depois do filme passar, foi até que ponto todo esse aspecto não seria superficial num filme que parece valer pela beleza estética dos planos, montagem, musica, etc. Nesse dito post que eu li, afixado no 13 de Maio pelo André Vieira, é recordado todo um conjunto de obras desse estudio clássico que é a Disney. Filmes que atraem tanto crianças como adultos e para os quais a idade não é obstaculo (essa idade na qual deixarás de te interessar pela Disney poderá estar mais longe do que pensas André, eu próprio, quase com trinta anos, ainda não os exclui do meu videoclube pessoal). O que me chamou particularmente a atenção foi a referência ao filme Fantasia, que não vejo há já 22 anos (!!) quando tive o privilégio de ver em reposição num cinema na minha cidade. Se bem me lembro (corrijam-me se estou errado) o filme é construido todo ele como uma enorme coreografia visual ao som das mais variadas obras de musica clássica, tal como o André refere, dividido em diferentes capitulos cuja história acaba por parecer superficial quando perante esta montagem pouco convencional.
Não consigo deixar de estabelecer comparações com o "2001:Odisseia no espaço", na forma como o filme é apresentado; se de facto existiria algum objéctivo por parte do realizador (ou do Walt Disney) em focar um aspecto ou tema individual, ou se passou essencialmente por construir uma obra que sobrecarrega-se os sentidos do espectador que não consegue desviar a sua atenção. Nenhum de nós passa indiferente a cenas individuais e inesqueciveis no filme (a parte do rato Mickey na sua batalha inglória com um exercito de vassouras nunca me saiu da cabeça nestes anos todos). 


Estou bastante interessado e motivado em rever este clássico, mas a verdade é que eu e a minha irmã temos tido alguma dificuldade em encontrar à venda.
PS: Já agora, eu gostaria de ter incluido um excerto do Youtube, onde existem bastantes exemplos, mas ainda não descobri bem como se faz.

3 comentários:

  1. Parece que finalmente alguém ligou ao meu texto sobre a Disney! Assim que o coloquei, este foi imediatamente 'enterrado' por outras dezenas de posts e fico completamente para trás. Não digo isso seja mau, até porque é uma prova de que o blog está a ter sucesso. Se não estou em erro, existem, actualmente, 2 filmes do Fantasia. Eu tenho o mais recente (Fantasia 2000) e tenho todo o gosto em emprestar a quem quiser. É, antes demais, um filme que me chamou à atenção pela parte musical. Tal como o professor João disse, é uma espécie de coreografia visual com imagens da Disney, ao som de grandes obras musicais, como a Sinfonia nº5 de Beethoven. A cena do rato Mickey a travar uma batalha com uma quantidade enorme de vassouras andantes está presente no Fantasia 2000.

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  2. Espero que não leve mal, mas eu tomei a liberdade de colocar o vídeo no seu post. Era esse que queria?

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  3. Ainda acerca do 2001: compreendo o Francisco, quando afirma que, para ele, é sempre essencial encontrar um significado, apoiar-se em referências que o façam compreender o filme como uma história; só penso que, no caso do «2001», para mim - e isto é uma reacção pessoal, não um modelo - se trata de um filme que me preenche de tal modo, que de tal forma me basta a tantos níveis, mais, que exige tanto de mim, e tão intensamente, que acabo por sentir que, se me preocupasse com a história, estaria a fechá-lo, a reduzi-lo. Como se um psicanalista me dissesse: «Tiveste um sonho? Bem, a experiência do sonho, em si, não tem importância. Vamos é tentar "traduzi-lo" num significado. Sonhaste que estavas a galopar? Ah, isso é o símbolo do teu desejo de liberdade, etc.»; não me oponho a que essa tradução se faça. Reconheço-lhe toda a utilidade e pertinência. Mas é uma «outra» experiência, já demasiado fora da que me é proporcionada pela visão do filme.

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