terça-feira, 5 de maio de 2009

“Father and Daughter”

Talvez o meu grau de exigência relativa ao filme “Leroy” estivesse a ser exagerado. Talvez as minhas expectativas fossem demasiado altas…
Depois de uma tarde tão bem aproveitada (mas breve) na Cinemateca pelos cinéfilos da ESLAV do Clube de Cinema (deixando em aberto a possibilidade de lá voltarmos outra vez) esperava ver um filme que pudesse encerrar duma forma mais ou menos perfeita e inesquecível.
Daí, talvez, o meu desapontamento. Continuo, no entanto, a pensar ser importante ver uma vez ou outra, também algumas obras cinematográficas ditas menos interessantes. Desta forma fortalecemos o nosso espírito crítico e damos mais valor à qualidade de outros filmes.

Mas nem tudo estava perdido.

Após o filme havia um debate cujo tema era: “A Acção do Cinema nas Escolas”. Alguns de nós ainda passámos por lá mas como a hora já era tardia a maioria teve que sair. Eu estive quase também a fazê-lo. Mas acabei por ficar. O André reconheceu a pessoa que moderava o debate (amigo do pai) e decidiu esperar pelo final para a cumprimentar. E eu, em boa hora, fiz-lhe companhia. O senhor chama-se Possidónio Cachapa, escritor, coordenador do “Indie Júnior” e realizador recente de um documentário sobre o também escritor Urbano Tavares Rodrigues. A conversa, mais para o fim, acabou por ser muito interessante e fui constatando que por muitas outras escolas do nosso país (e do estrangeiro) também se valoriza bastante a presença da 7ª arte.
No final, depois da esperada saudação do André, acabei por convidar o senhor para numa data futura poder vir à ESLAV comentar o seu documentário ou falar de outro filme. E ele, bastante interessado, acedeu.

À noite, depois do ritual que consiste em verificar as várias caixas de e-mail (demasiadas) fui ao Google e digitei: Possidónio Cachapa. Entre outras informações fui directo ao seu blogue: “Prazer_Inculto”. Vasculhei os textos, algumas preferências cinematográficas e descobri este vídeo realizado por Michael Dudok de Wit:



E finalmente percebi que só nessa altura é que se tinha encerrado duma forma perfeita um dia tão bem passado. E fui dormir. Bem menos desapontado. Não acham?

4 comentários:

  1. Afinal, Francisco, que final brilhante para um excelente dia. Parabéns pela tua capacidade de vasculhar, pela tua facilidade de gostar de, descobrir e revelar, em toda a parte, pessoas que valem a pena. És um descobridor. Sei que vais ficar atrapalhado com esta. Deixa estar, não respondas, ehehe!

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  2. Professor Francisco, estou orgulhosa de si. Para além de ter ficado até ao final daquela palestra entediante acerca do cinema nas escolas, ainda teve a coragem de convidar o senhor para vir a nossa escola?
    Acho que se esta escola não tivesse professores tais como o senhor e o professor Francisco ( entre outros professores que se interessam pela realização de colóquios no centro de recursos) a agenda cultural da nossa escola seria muito pobre.

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  3. Não querendo quebrar esta "corrente" de elogios ao professor Francisco, aproveito para dizer que valorizo muito todo trabalho que tem feito no nosso clube. O fazer os posters, os panfletos, sugerir novas ideias, incentivar os alunos a discutir a pensar sobre os filmes, só demonstram que é uma pessoa com uma grande paixão pelo cinema e que tem, de facto, gosto por aquilo que faz. Relativamente ao video, começo já por fazer a minha apreciação musical: A música é fantástica! Relativamente ao filme em si: Acho que é uma história de uma simplicidade tal, que acaba por se tornar bonita (e que me deu saudades da minha bicicleta e dos passeios em Sesimbra, nas férias do Verão). Obrigado professor Francisco

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  4. Que video lindo! É como se diz: Palavras para quê? Por alguma razão o filme é mudo!

    Quanto à música arrisco em uma junção Erik Satie e Yann Tiersen mais qualquer coisa que não consigo identificar semelhança ainda. Completamente adequada ao ambiente do filme. Fantástico!

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