domingo, 17 de maio de 2009

"Malcolm X" de Spike Lee

Comprei este filme há já um mês ou mais a 5 euros no Media Markt(não quero fazer publicidade à loja mas realmente tem filmes muito baratos) e deixei-o na minha estante...até ontem. O filme é acerca do grande Malcolm X, afro-americano que, juntamente com o Martin Luther King, foi uma figura prominente na luta pelos direitos civis para todas as etnias e não só para a maioria caucasiana. Retrata a vida toda dele, desde a sua adolescência conturbada dominada pelo crime e pelos vícios(chegou mesmo a servir tempo na prisão onde descobriu o Islão), atravessando o periodo em que fez parte da Nação Muçulmana até à sua morte violenta na década de 60. Malcolm X é interpretado por Denzel Washington cujo desempenho valeu-lhe uma nomeação para o Oscar de Melhor Actor, nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Actor e um Urso de Prata no Festival de Berlim para Melhor Actor. A director é Spike Lee, que apesar de um orçamento pequeno (o filme teve muitas vezes à beira de não ser feito devido a falta de orçamento- sobreviveu apenas a doações de Afro-Americanos muito conhecidos como Oprah Winfrey, Micheal Jordan, Prince e Magic Johnson) conseguiu retratar as décadas de 40, 50 e 60 com bastante autenticidade. O resultado final é um filme muito bom.
Acho que o filme conseguiu retratar o percurso ideológico e religioso de Malcolm X de uma forma exemplar. O que terá ajudado à fieldade histórica do filme é o facto que o argumento foi adaptado da Autobiografia do próprio Malcolm X-no final do filme fiquei a saber muito mais acerca da vida dele e como ele era enquanto pessoa e não só como demagogo. O filme tem 3 horas mas não se pode considerar demasiado longo pois só assim é que se pode contar a vida de uma pessoa que teve tanto impacto na luta por direitos civis para os negros por todo o mundo. No final do filme, Nelson Mandela cita um famoso discurso de Malcolm X e várias crianças africanas dizem "I am Malcolm X". Realmento, o legado de Malcolm X é um que todos os Africanos deveriam conhecer e honrar.
Como aparte: muitas vezes, Martin Luther King rouba o estrelato a Malcolm X e com este filme percebe-se perfeitamente porquê: não só Martin Luther King era cristão, como durante toda a sua vida defendeu a união entre negros e brancos enquanto que Malcolm X, pregou a divisão total entre as duas etnias até à sua viagem a Mecca. Enfim, deve ser a hipocrisia americana...
Concluindo, este é um filme que, pela sua qualidade, a sua fieldade histórica e já agora o seu preço, devem comprar.

8 comentários:

  1. concordo contigo. o malcolm x é um filme extraordinário. se alguém quiser, eu tenho cerca de uma dezena de filmes do spike lee que posso emprestar (camelos, febre amarela, bamboozled, marcha sobre washington, do the right thing, malcolm x, verão escaldante, a última hora, ela odeia-me, o infiltrado). a sua obra, para quem não conhece, descreve as tensões raciais nos EUA, contando as histórias de emigrantes, traficantes de droga, assassinos, da máfia italiana e, mais recentemente, das questões da homossexualidade e da adopção de crianças por estes, mas sempre com um tom ligeiramente a rondar a comédia. dois dos seus filmes falam sobre os problemáticos anos sessenta (malcolm x e marcha sobre washington). o seu último filme, milagre em santa anna, ainda não estreou por cá. não se percebe porquê...

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  2. um dos maiores produtores dos filmes do spike lee é o atrasado mental do will smith

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  3. Ele produz filmes? Lulz... Eu acho graça é que desde o "Pursuit of Happiness" existe uma opinião generalizada por parte do público e dos críticos que ele é um grande actor e que é uma questão de tempo até receber um Oscar... Mas também, actores menos talentosos já receberam esse prémio tão conceituado, né Eça?

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  4. -_-
    Tu és macaco...
    Por acaso referia-me ao Nicolas Cage.

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  5. A director é Spike Lee???? o quê???? O REALIZADOR É SPIKE LEE!!! ou THE DIRECTOR IS SPIKE LEE! no more comments...

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  6. PARA O SACRAMENTO: achei o teu comentário um pouco totó (esta é mesmo a palavra). em primeiro, dá perfeitamente para se ver que o guilherme escreveu o texto à pressa, tendo provavelmente coisas mais interessantes para fazer, pelo que a troca do artigo "o" por "a" é irrelevante. em segundo, e mais importante, concordo perfeitamente (e que se me perdoe o uso excessivo de advérbios de modo) com a definição de "director" e não "realizador", porque o que essa pessoa faz é dirigir todos os elementos de um filme e não realizar o filme (a obra é realizada por todos o que nela participam e não apenas pelo que as organiza. acho, portanto, que o emprego do termo "realizador" tira o protagonismo aos outros membros do filme, o que para mim é errado). se, e quando, eu iniciar a minha carreira cinematográfica (que, apesar de me dedicar de coração à escrita, gostaria também de experimentar) colocarei no genérico:
    dirigido por joão de almeida d'eça
    e não:
    realizado por joão de almeida d'eça, como se eu tivesse feito o filme sozinho.
    como sempre, esta é uma opinião pessoal, e os membros do clube podem concordar, ou não.
    (por favor, andré vieira, não me apagues este comentário...)

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  7. há muito tempo que gostaria de ter uma cópia desse filme, desde que fosse legendado, mas não consigo achar em lugar algum, gostaria para passar em escolas de segundo grau, ou em cinemas comunitários, a periferia está precisando disso, meu e-mail: felipe.amorim2004@ig.com.br

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